domingo, outubro 12
quarta-feira, agosto 20
A Veja superou dessa vez (estarrou, como diriam meus amigos baianos) e lançou uma matéria completamente absurda e sem sentido.
http://veja.abril.com.br/200808/p_076.shtml
Jornalistas criticando historiadores é lugar comum. Mas de maneira tão pobre, descontextualizada e baixa, fazia tempo que não acontecia. Faz com que a própria formação acadêmica de comunicadores seja colocada em discussão.
Informar desinformando também não é novidade, mas mobilizar pais desesperados porque seus filhos estão sendo doutrinados para o comunismo novecentista poderia dar um filme divertidíssimo mas não é o caso.
Antes fossem todos os professores de Humanidades da rede de ensino nacional comunistas e Freirianos.
Não teríamos uma juventude tão inerte e analfabeta.
Clamar por NEUTRALIDADE como um DEVER é fechar os olhos impunemente para o que aconteceu 40 anos atrás.
Não faço esse tipo de coisa, justamente porque é incompreendido no momento em que surge. Mas não dá pra engolir um sapo desses. Nem como estudante, nem como mãe, nem como cidadã, essa palavra que o mecanismo político vigente está tentando suprimir. De novo.
A quem interessar, divulgue, organize motins, mande cartas xingando as autoras da matéria, acompanhem de perto os professores infelizes, estáticos e descompromissados dos colégios de seus filhos, sobrinhos, etc.
O ensino precisa ser reformado sim. Mas não da forma que eles querem. Não existe mais comunismo, capitalismo, direita, esquerda, positivismo e tecnicismo. Essas expressões estão mortas e quem as reproduz está sufocando no limbo do tempo.
"It´s happening now", já dizia Jeff Buckley.
segunda-feira, julho 21
sábado, julho 12
Ontem assisti o muito esperado August Rush (O som do coração). Quando assisti o trailer fiquei transtornada. O filme só confirmou o que esperava, estado de taquicardia do início ao fim, talvez o filme mais lindo que já foi feito, e dessa vez não é a costumeira hipérbole das minhas declarações.
Evan Taylor é um órfão que vive isolado do mundo e espera os pais. Ele sabe que os pais estão “lá” porque ele ouve. Ele ouve tudo, a lua, o som da terra e a música da vida. O personagem mais sensato do mundo.
Não tem muito o que falar sobre a história, porque ela tem que ser ouvida. O diretor foi campeão ao conseguir transportar o som pra uma concepção visual, os atores são todos de prima, sendo que não há mais limites para o Freddie “I see dead people” Highmore. Cada expressão dele faz com que a gente queira ser criança e sentir tudo daquela maneira novamente.
O recado do filme é bem simples. A música, ela está aí sempre, preste mais atenção. Ela é a energia vital, e o guia mais precioso. É triste que a maioria das pessoas não estejam atentas.
sexta-feira, julho 11
Um amigo veio falar que leu meu blog, daí comecei a colar posts antigos pra ele e me dei conta de uma coisa. Exatamente nesse mês essa porra faz 5 anos.
CINCO ANOS!!!
Eu não sou muito de comemorar essas coisas, mas pô, é a minha relação mais duradoura na história da minha vida. Tenho que comemorar...
Certo que não foi uma freqüência absoluta, mas também nunca ficou de lado, esse meu caderninho de bolso. Tem coisas que eu não lembro quando aconteceram, mas lembro do post, daí venho olhar aqui pra me localizar no tempo. É muito divertido.
Vou botar aqui então links pros melhores momentos, tipo vídeo show:
Reflexões Pseudo Intelectualóides e a Nova História
Uma das primeiras coisas “existenciais” que escrevi, lá pelos 18-20 anos, e sempre atual principalmente o
“Temo ainda não estar nem a caminho de todas as respostas. E
essa é a minha maior motivação. Continuar seguindo pelos mesmos
caminhos tortuosos, uma boa alternativa pra quem já insistiu muito em
viver como uma pessoa normal.”
http://danihyde.blogspot.com/2003/08/seguinte-mudana-timo-em-todos-os.html
Casos no Cais (Pra não dizer que não falei das putas)
De longe minha melhor poesia, rima rica, não sei quantas sílabas, mas me comove até hoje
http://danihyde.blogspot.com/2004/02/casos-no-cais-pra-no-dizer-que-no.html
Cerejeiras em Flor – Quando o amor passa por tua aorta
Primeiro conto da série trilhas sonoras, que sabiamente alguém imaginou ser um bom negócio e criou a MOJO books. O fato é que meus contos sempre tiveram trilha sonora, e fiquei meio de cara com a MOJO...
http://danihyde.blogspot.com/2004/03/cerejeiras-em-flor-quando-o-amor-passa.html
Sete de maio, sete de junho, 97, 2004.
Fala de uma experiência eterna, um show do Júpiter Maçã, e a época dos amigos do colégio. Daniel Chu é uma pessoa especial até hoje, de quem sinto falta, e que tenho certeza de que quando nos encontrarmos teremos o mesmo tipo de relação, lingüística, sempre.
http://danihyde.blogspot.com/2004/06/sete-de-maio-sete-de-junho-97-2004.html
Da série: coisas que só rolam em Porto Alegre
Primeiro de uma série infinita, porque tem coisas que só acontecem
http://danihyde.blogspot.com/2004/06/da-srie-coisas-que-s-rolam-em-porto.html
Pensei em botar aqui o dia que eu conheci o “Glauco”. Mas não, isso é problema meu. Ainda, e eternamente.
e nasce um projeto louco...
Primeira Roque Town. Inesquecível.
http://danihyde.blogspot.com/2005/02/e-nasce-um-projeto-louco.html
I slept with the devil (a dream)
Um dos contos mais massa. Vale a pena sempre.
http://danihyde.blogspot.com/2005/07/i-slept-with-devil-dream.html
Espere a primavera, Bandini.
Ganhei um concurso. O primeiro e o único. Isso é memorável.
http://danihyde.blogspot.com/2005/09/espere-primavera-bandini.html
AMIE
Uma carta linda. Pra mim mesma. Nada mais.
http://danihyde.blogspot.com/2005/11/homenageando-minha-mais-nova-obsesso.html
da série: logs de amor
profecias de gabriel.
http://danihyde.blogspot.com/2005/12/da-srie-logs-de-amor.html
Um Roteiro para Abandono
Tentativa de roteiro pra quadrinhos. Péssima.
http://danihyde.blogspot.com/2006/01/era-pra-estar-dormindo-mas-os-2.html
Kamonnnnn Boyzzzzz!!
A resenha famosa do primeiro show da Supergatas que foi release deles por muito tempo.
http://danihyde.blogspot.com/2006/03/kamonnnnn-boyzzzzz.html
Hit the road, Orkut.
Os testmonials da primeira vez que saí do Orkut. Todo mundo já saiu do Orkut. Mas será que tu guardou os seus testmonials?
http://danihyde.blogspot.com/2006/05/hit-road-orkut.html
Egiptonando por aí
Resenha da Jornada de Estudos sobre o Oriente Antigo de 2006. Impagável.
http://danihyde.blogspot.com/2006/05/egiptonando-por.html
Leila gone wild (pero no mucho)
Mais um conto bacaninha
http://danihyde.blogspot.com/2006/05/leila-gone-wild-pero-no-mucho-tchau-me.html
if you want it
let it go
if you want it
so
Resenha do Through the windowpane, do Guillemots, um dos melhores albums da minha vida.
http://danihyde.blogspot.com/2006/07/oi-ethan-bel-if-you-want-it-let-it-go.html
Momento "ao mestre, com carinho"
Um post sobre o Bellomo, Harry Rodriguez Bellomo, nosso boxeador eterno. Sinto sua falta.
http://danihyde.blogspot.com/2006/10/momento-ao-mestre-com-carinho-nosso.html
Contos Imperdíveis:
Continuam sendo contos imperdíveis. Vitorianos, claro.
http://danihyde.blogspot.com/2006/11/j-que-isso-aqui-virou-o-muralzinho-da.html
Pra quando você estiver me xingando, e já souber ler direito.
A carta pro meu filho. Eterna pra caramba, mas que já merece uma segunda versão.
http://danihyde.blogspot.com/2006/11/pra-quando-voc-estiver-me-xingando-e-j.html
Hey Jack. Jack!
You´re in my world now.
Quando fiz as pazes com o Kerouac. Eu tenho um histórico de “rompimentos e retratações” com grandes estrelas. Não tente entender...
http://danihyde.blogspot.com/2006/11/hey-jack.html
Resenha de um show do Caê. “O” Show, diga-se de passagem:
http://danihyde.blogspot.com/2006/12/s-o-timing-transforma.html
acredito no coração
Sobre um momento absurdo, quando da morte de um grande amigo.
http://danihyde.blogspot.com/2006/12/acredito-no-corao-falando-sobre-outras.html
Love Lane
Mais um conto de Dani Hyde Corporation
http://danihyde.blogspot.com/2007/01/love-lane-em-ritmos-compassados.html
Black is the color of my true love’s hair
A mística e a música
http://danihyde.blogspot.com/2007/01/black-is-color-of-my-true-loves-hair.html
da série: coisas que acontecem em vários lugares, mas
Nenhuma explicação.
http://danihyde.blogspot.com/2007/01/da-srie-coisas-que-acontecem-em-vrios.html
Chalaça 2007
O carnaval de 2007. Amigos para siempre.
http://danihyde.blogspot.com/2007/02/chalaa-2007-ou-o-que-fazer-no-carnaval.html
http://danihyde.blogspot.com/2007/02/segundo-dia-e-no-meu-caso-provvel-que-o.html
Gera monstros, monstros, monstros.
Outro fruto dos meus terrores noturnos.
http://danihyde.blogspot.com/2007/02/gera-monstros-monstros-monstros.html
No sin to Love. Eternal Sunshine, eu e Aberlardo. E Heloísa.
http://danihyde.blogspot.com/2007/04/no-sin-to-love-sempre-considerei-o.html
Egiptonando por aí – segunda edição.
Resenha da Jornada sobre Estudos do Oriente Antigo – 2007
http://danihyde.blogspot.com/2007/05/egiptonando-por-segunda-edio.html
He who cracks the mirrors, and moves the walls
Sobre Peter Hammill, O Grande
http://danihyde.blogspot.com/2007/08/he-who-cracks-mirrors-and-moves-walls.html
I´m Always
Sobre John Frusciante, Meu Amor
http://danihyde.blogspot.com/2007/08/im-always-only-time-can-show-you.html
Carlos Carneiro
Meu amigão
http://danihyde.blogspot.com/2007/08/eu-conheci-o-carlos-carneiro-antes-dele.html
Sobre obsessões e suspiros.
Sobre isso aí.
http://danihyde.blogspot.com/2007/08/sobre-obsesses-e-suspiros.html
Rumor de viejo hit
Título de uma obra de Leopoldo Estol. Pra marcar meus tempos de Bienal do Mercosul.
http://danihyde.blogspot.com/2007/09/rumor-de-viejo-hit-es-la-historia-de-un.html
Um soldado pós-moderno em Sacsayhuamán
Minha única comédia.
http://danihyde.blogspot.com/2007/09/hermosa-doncella-de-sangre-real-este-tu.html
Por que o ser e não o nada?
Filosofia barata.
http://danihyde.blogspot.com/2008/01/por-que-o-ser-e-no-o-nada-basicamente-o.html
Fala Fala
Sobre a banda Talk Talk
http://danihyde.blogspot.com/2008/05/fala-fala-before-you-play-two-notes.html
E era isso. Como se vê, em 2008 tem pouca coisa, porque foi um ano academicamente lotado, e nas horas vagas me dedico a coisas que ainda não estão online.
Mas tenho certeza que isso aqui ainda vai durar. Simplesmente pelo fato de que me agrada.
Now playing – Renata - Liverpool. Uma das grandes músicas de uma das grandes bandas da minha vida.
segunda-feira, julho 7
Acabou. Férias por tempo indeterminado e forçadamente. Amo todos ao meu redor. E o John, que tá sempre aqui também. Meu filho tá lindo, grande, maduro, e com um sorriso matador.
California dreamin’, in such winter’s day!
Julho é mês de tirar o violão da capa e chorar batendo corda. Bater tecla por enquanto tá devagar. Fiquem com mais um trecho de Suíte dos Jovens, que tá lindíssimo e eu não sei até que ponto vem pra cá e até que ponto vai ser mandado pra editoras quando terminado. Faltam dois capítulos, sendo que o último foi o que me levou a escrever, e agora parece o mais idiota e sem importância.
Emptiness replace my soul.
IX
Para meu irmão.
Everybody's raised in blindness
Everybody knows it's true
Everybody feels that everything is real,
anybodys' point of of view
(Who can I be now)
Noite rara. Música alta, uma garrafa de vinho vencida, nenhuma preocupação para o dia seguinte. Só o puro e simples ócio, livre pra deixar a realidade em stand by. O que a dez meses seria um rompante de felicidade, hoje é só mais um dia pra passar logo. Eu construí, pra quem achava que era, pra eles, mas a insatisfação de agora é lúgubre. Estou acompanhado do abandono novamente, meu parente mais próximo, e ele nunca percebe que eu queria mesmo era andar sozinho. Sozinho e sem o abandono, é possível? – me pergunto.
Sinto-me em Seattle. Fazia tempo que não acordava e ia dormir com uma mesma chuva. Virou meio que a trilha sonora de hoje, e só sabemos quando muda o ato pelos ventos estrondosos que ladram nas janelas. Gostaria de ver o Guaíba, selvagem, brigando com esse corpo estranho tentando lhe dominar e invadir seu espaço. Essa é a primeira vez que localizo essa história, e agora, no fim, percebo como faz sentido. Porto Alegre não é como qualquer cidade brasileira, pode-se sentir isso nos clichês, ou esperando um ônibus em frente ao shopping, quando sua roupa já está completamente úmida e não adianta mais se esconder da chuva. O que não é melancólico vira nostalgia. E nos sentimos em casa, por mais improvável que seja.
Seattle grita. Não só através da chuva, mas por ser um pedaço que sobrou de alguns anos atrás. Estilhaços no peito de uma vida no máximo volume, sem muitas expectativas, mas insuflada em paixão. A cada gota gelada no rosto, ou na nuca, uma experiência nova estaria por vir. Pois então, não contava que essa série de eventos poderia virar costume, e que a minha cidade imaginária particular fosse se tornar o que outras cidades eram na realidade. Um universo comum, com pessoas e acontecimentos comuns, e problemas que competem a qualquer um resolver.
O que fazer agora com esse composto que foi criado? Esse conjunto complexo de teorias e premissas que não se aplicam, tampouco é assimilado nas conveniências. O que fazer, para que, esse sujeito idealizado com pompas e muito zelo mergulhe dentro do rio e siga os caminhos da corrente, pro lado que for, e na companhia de quem for? Por que se perguntar “quem serei agora?” faz com que milhões de pessoas se entreolhem e continuem a nadar?
sexta-feira, junho 20
domingo, maio 11
"Before you play two notes learn how to play one note - and don't play one note unless you've got a reason to play it." - Mark Hollis (1998)
Às vezes a música parece que forma uma coisa só, uma grande faixa de freqüência, pra onde vão todos os sons. E pra entender isso, nós temos que mergulhar, e quanto mais mergulhamos, mais claro fica o som. Assim, uma grande sinfonia.
Há um tempo atrás eu fazia uma pesquisa sobre álbuns que tratavam ou foram gravados à base de heroína. De preferência os desconhecidos. E me deparei com algumas coisas do Talk Talk. Coloquei pra baixar no torrent e esqueci.
Nesse fim de semana, lotado de preguiça e ócio contra a minha vontade, peguei um zapping rápido da MTV falando a respeito do retorno do No Doubt, e que provavelmente eles já estariam em pré-produção.
No Doubt foi uma banda importante pra mim. Foi o primeiro show que assisti no exato momento em que amava a banda. Gostar de algo contemporâneo e saboreá-lo em todas as suas formas não tem preço.
Mas a viadagem da Gwen Stefani com essa carreira solo passou dos limites. Qualé agora? Tá falindo e quer voltar a trabalhar com músicos de verdade? Penso que isso é palhaçada, que é uma humilhação aos outros integrantes, e que as majors estarão por trás desse novo álbum, cagando em every single compasso.
Esqueçamos disso (por enquanto). O post é pra falar do Talk Talk. Depois de milênios terminou de baixar o Laughing Stock (1991), último disco da banda, e eu me pus a ouvir pra escapar de alguns livros.
Winamp e Google em chamas, me dou conta de que a Talk Talk é a infame progenitora de It´s my life, o último hit-cover do No Doubt. Mas como assim It´s my life e heroína?
É aí que a internet mostra seu serviço. Depois dos três primeiros discos a la New Wave/80s/Duran Duran, o “conjunto comercial” se revoltou, principalmente Mark Hollis (vocalista e band leader), e começaram uma nova era. Imersos no estúdio, experimentalismos, texturas, até os lançamentos de Spirit of Eden (pela Parlophone, que desistiu dos caras rapidinho) e Laughing Stock (Polydor).
As evidências atestam que o usuário de heroína era o irmão de Mark Hollis: Ed Hollis, que produziu The Damned e Stiff Little Fingers. Esta última, queridinha de Bob Forrest e John Frusciante (e assim vamos formando uma grande corrente da “brown sugar” e da música decorrente dela, ou por causa dela).
Apesar de Mark negar o uso de drogas (álcool à vontade) e escrever letras em homenagem ao irmão (que não sobreviveu aos pesados anos 80 – mesmo que fiquem lembrando desta era como se apenas fosse fluorescente e repleta de homens maquiados), a sonoridade dos dois últimos álbuns do Talk Talk é perturbadora. No bom sentido, quero dizer.
Nos anos 80 há coisas boas, verdade, eu juro. Smiths ali, post punk acolá, o combo Joy Division / New Order, alguma coisa mais sincera no hard rock, tem muito mais que não entrarei em detalhes agora, e ali em 88, o Spirit of Eden; estourando a década, vem o Laughing Stock em 91.
Imagino agora se em cada década tem uma banda que vai atingir esse nível, porque o que me vem à cabeça, é que o Talk Talk fez pelos anos 80 e pela pobre New Wave, o que o Television fez pelos 70 e pelo pobre Punk Rock (enquanto música, ambos são pobres; enquanto movimento, ambos transgressores, não venham chorar por causa disso). A fusão de rock e jazz é sempre certeira, e carregada, consequentemente, de melancolia. Mistura-se a isso um bando de jovens que amadureceram e descobriram o prazer de passar horas desafiando até onde a melodia pode chegar.
E provavelmente, muita heroína. Ainda não engoli essa de cara limpa. Lá no início falei que fazia uma pesquisa, certo? O objetivo é descobrir, compreender, constatar, whatever...que existe um som particular que os junkies exploram e é comum a todos. Independente da época, de estar no mainstream ou no submundo. Tem algo ali que se destaca. É como o I-Doser, ele trabalha numa certa freqüência que pressupõe levar ao efeito de tal sensação ou droga. Penso que, sob o efeito da heroína, se atinge uma freqüência cerebral na qual determinadas nuances e harmonias são mais latentes, e agradáveis, e belas.
Por isso é uma pesquisa, porque enquanto não evidenciar nada, é só paranóia minha.
O que importa para todos é o grande achado musical. Um grupo muito bom, subestimado e jogado no limbo. Me atrevo a dizer mais. Um certo Thom Yorke certamente bebeu dessa água, assim como o post rock.
- Pra quem quiser saber mais, tem uma página bem bacana aqui:
http://users.cybercity.dk/~bcc11425/
- Pra quem quiser baixar, procure no isohunt.com. Se encontrar links diretos, me indique.
- Pra quem acredita na NME, um trecho de resenha:
Sobre o Laughing Stock - “The whole thing is unutterably pretentious and looks over its shoulder hoping that someone will remark on its 'moody brilliance' or some such. It's horrible.” David Quantick, NME, September 28, 1991.
- Pra quem quer diversão imediata, temos o You Tube:
I Believe in you, a carro-chefe do Spirit of Eden
After the Flood, uma das 6 obras primas do Laughing Stock
No Doubt tocando It´s my life (é impressionante como ela consegue estragar essa música)
sexta-feira, maio 9
(...)
Outras tantas perguntas resolvidas decisivamente, ao acaso; só me restou o poder discricionário de fechar o livro, o que não deixo de fazer, ainda perto da primeira página. E as descrições! Nada se compara ao seu vazio; são superposições de imagens de catálogo, o autor as toma cada vez mais sem cerimônia, aproveita para me empurrar seus cartões postais, procura fazer-me concordar com os lugares-comuns:
A salinha onde foi introduzido o moço era forrada de papel amarelo: havia gerânios e cortinas de musselina nas janelas; o sol poente jogava sobre tudo isso uma luz clara... O quarto não continha nada de particular. Os móveis, de madeira amarela, eram todos velhos. Um sofá com grande encosto inclinado, uma mesa oval diante do sofá, um toucador, com espelho, entre as janelas, cadeiras encostadas às paredes, duas ou três gravuras sem valor, representando moças alemãs com pássaros nas mãos - eis a que se reduzia a mobília. (Dostoievski, Crime e Castigo )
Que o espírito se proponha, mesmo por pouco tempo, tais motivos, não tenho disposição para admiti-lo. Podem sustentar que este desenho clássico está no lugar certo e que neste passo do livro o autor tem seus motivos para me esmagar. Perde seu tempo, pois não entro no seu quarto. A preguiça, a fadiga dos outros não me prendem.
(...)
(Manifesto Surrealista)
segunda-feira, maio 5
Stigmata é um filme sensacional. Um dos cânones do pop religioso cinematográfico e só perde pra Anjos Rebeldes I, II e III (porque, tá, Christopher Walken nem o diabo encara).
O questionamento sobre um livro de J.C. himself é deveras esclarecedor, e também é o filme que tem uma das melhores frases do pop religioso cinematográfico, que diz que o nosso templo está na própria alma.
Dentro do pop religioso eu posso citar Sangue Sujo também, com o hino "Jesus voltará", mas daí já fica restrito demais.
Quem quiser discutir algum assunto seriamente por aqui vai perder tempo. Eu nunca falo sério (a não ser sobre o amor não-metafísico por música e literatura) e por trás de qualquer postagem tem um sarcasmo divino*.
obs: o sarcasmo divino já faz parte de outra piada interna que merece um texto à parte.
sábado, maio 3
Eu me revolto cada vez mais com as religiões. É impossível você aceitar qualquer profissão de fé instituída quando se está a par das histórias. Legítimo “ninguém presta”. Além do mais, essa forma primitiva que rege o mundo (also.known.as god) me dá provas concretas de que o melhor é crer naturalmente.
Não foi preciso ser espírita ou exorcista para constatar o abalo sísmico-para-psico-emocional causado ao Vincenzo numa noite inocente de visita a um estabelecimento cristão. Óbvio que não tenho nada a ver com isso, mas as pessoas têm acessórios chamados “parentes”.
Nestes momentos eu penso: graças a deus, ele não foi batizado.
sexta-feira, maio 2
domingo, abril 20
Emoção é ler Rudyard Kipling pela primeira vez com seu filho de sete anos, depois de ter passado os primeiros quatro anos assistindo o Mowgli da Disney ad infinitum.
Se aperceber da fascinação nos olhos dele descobrindo mais e mais detalhes sobre o grande ídolo da primeira infância. E se aperceber fascinado também.
O Sri Lanka continua de pé. Isso basta. Somente o necessário.
sexta-feira, março 28
domingo, março 23
Well, resolvi fazer tal comunicado porque no atual momento eu sou quase uma Pandora.
A Dengue se ESPRAIA pelo RS, e isso é um perigo para mim, e pra você.
Como alguns sabem, eu convalesci da doença em 2006, e de acordo com os especialistas, o vírus permanece em mim foréva, isto é, se um Aedes limpinho me picar, ele vira um assassino.
Outrossim, se você não cuidar de exterminar as águas paradas, e eu for exposta ao vírus novamente (na verdade há 4 tipos, qualquer dúvida se informe ou me pergunte), posso ter a Dengue Hemorrágica e bye bye Dani Hyde (nesse caso, não só a Hyde).
Então. Sejam legais, e não se façam de blasée achando que estão em Paris e tudo isso é ilusão.
sexta-feira, março 21
Borges. “O Congresso”. IN: O livro de areia, 1978.
terça-feira, março 11
“A palavra é mais difícil do que qualquer trabalho, e seu conhecedor é aquele que sabe usa-la a propósito. (...) Não tires nem acrescentes uma palavra sequer. N/ao coloque uma delas no lugar de outra.”
“Sê um artista da palavra, para seres potente. A língua é a espada do homem... O discurso é mais forte do que qualquer arma.”
Ptahhotep (2450 a.C.)
“Quem deixa a escola com gritos de alegria, seu nome será efêmero.”
“Eis que não existe uma profissão sem que alguém dê ordens, exceto a de escriba, porque é ele que dá ordens.”
Kemmit (XXI a.C)
“(...) Sê escriba, fixa isto no teu coração para que o teu nome se perpetue como os teus livros: um livro é melhor que uma estela incisa, melhor que um muro firmemente construído. Um livro é melhor que uma casa construída, melhor que um túmulo no Ocidente. (...) Também, após o seu desaparecimento, a sua potência mágica, lida num ensinamento, pertence a todos...”
(19ª Dinastia / XII –XI a.C.)
A tendência é grande parte disso ir pra minha pele. Na escrita original, claramente.
segunda-feira, março 3
Hoje fui ao parque com o Vince, pra comemorar meu aniversário com ele, só ele, que me deu parabéns dormindo, que me acordou 10 vezes pra seguir me parabenizando e passou o resto do dia inventando músicas de aniversário, uma melhor que a outra.
Enquanto no parque, me lembrei de um momento há muitos anos, nesses parques toscos de praia, acredito que em Ubatuba (onde minhas amigas tinham casa, porque nunca tive casa na praia).
Estava eu, com umas amigas, na fila da Enterprise. O nome não deveria ser esse, mas eu chamo assim por causa do original do Playcenter/SP – aquela cápsula que cabem duas pessoas, uma ACOPLADA à outra, e que gira gira gira gira muito forte em sentido vertical desafiando a gravidade several times.
Voltando, estávamos na fila, e eu conheci esse rapaz que foi um dos únicos dois, sei lá, três loiros da minha vida. O nome dele era Sasha, e a família era toda russa. Entre dez minutos de fila e piadas ele me convidou pra ir com ele e deixar minhas amigas. Olhei para um lado, pro outro, amigas ou o Thor, uma dúvida.
E a Enterprise decolou. Acho que aquilo durava uns cinco minutos no máximo, esse aparato é muito mortal, cena clássica da minha infância no Playcenter era sentar no banco que ficava na frente do brinquedo e contar quantos saíam direto pra deixar o almoço nas latas de lixo das redondezas. Eu nunca vomitava.
Nos momentos que estávamos lá, girando, o mundo apagou, só se via um feixe de luz da cidade de um lado, e a escuridão do mar do outro. Eu não via nada, eu beijava como se nunca mais fosse vê-lo de novo. O que de fato, era verdade. Ali mesmo eu havia decidido que não o veria de novo, porque qualquer coisa além daquela situação insólita, deixaria de ser especial.
O passeio acabou, nos despedimos com abraços e sorrisos, e um até mais completamente improvável, já que ninguém tinha pedido telefones e essas coisas práticas da modernidade (ainda não existia internet).
Não sei por que isso me veio à mente aos 28 do primeiro tempo. Talvez seja uma amostra que eu ganhei aos 13 anos de como seriam todos os meus relacionamentos.
Eu gosto mesmo é da Enterprise. Nada menos.
sexta-feira, fevereiro 29
No meio de todo esse fuzuê mitológico e interplanetário, ainda rola aquele velho papo de que, a cada sete anos, TODAS as células do corpo de uma pessoa são substituídas por outras NOVAS, potencializando a desordem já instaurada milhões de quilômetros acima de nossas pobres cucas.
E, bem, caso você não saiba matemática, 28 = 7 x 4, ou seja: estou no QUARTO ciclo.”
Que dureza hein... e dá-lhe Dreher pra chegar na segunda-feira.
*Excerto do novo blog do velho Cardoso.
quinta-feira, fevereiro 28
Just saw it. Eu queria botar uma imagem aqui, mas nenhuma imagem é capaz de ilustrar a música. Já no sentido contrário, a música ilustra qualquer coisa.
Quem conseguir assistir sem derrubar uma lágrima é um bastardo filho da puta.
Mentira. Poucos entenderão.
O fato é que a partir de When your mind is made up o meu quarto inundou até os créditos.
Life is so sad, já diria meu amigo John. Obrigada inferno astral, obrigada 28, obrigada Glen e Marketa.
segunda-feira, fevereiro 25
Ontem eu assisti o Oscar como a maioria das pessoas fez, e estava achando ridículo aquelas canções do Encantada serem indicadas, quando o Glen Hansard, aquele sósia do vocal do Simply Red, subiu no palco com a mulher, Marketa Irglova, e arrasou com a melhor música, melhor cenário, e melhor violão.
Até aí eu não tinha associado o nome à pessoa, quando o Rubão (Ewald Filho) falou que ele era o vocalista do THE FRAMES. Daí tudo fez sentido.
Eles têm trocentos álbuns, todos quase impossíveis de se achar na rede, mas eu conheci a banda na trilha de On the Edge, um filme irlandês absurdamente demais com o Cyllian Murphy (gato) e trilha original composta só de bandas irlandesas com a exceção da melhor-música-de-todos-os-tempos e catarse do filme A Town Called Malice, do The Jam. Desde então, eu comecei a pensar que a Irlanda é o futuro.
Pelo que eu percebi, a trilha do Once ganhou 2 Grammys também. Isso é o que eu falo sobre o Grammy ainda ter sim, muita credibilidade. Eles sabem quem fica pra história (mesmo quando é ruim).
Agora o lance é assistir Once, com a certeza de que é um baita filme e que já devo ter visto esse filme algumas vezes na vida...e chorar, porque se só assistindo eles tocarem ontem eu me lavei, imagina no contexto.
E como o Glen disse no seu discurso:
Make art. Make art.
Now Playing > Seven Day Mile – The Frames
sexta-feira, fevereiro 22
eu não assisto, mas a coroa passa o dia inteiro olhando o pay per view, então já vi gente chorando (quase todo dia), gente brigando e principalmente gente falando tudo errado.
ela tava contando que o Rafinha é verdureiro, desses que acordam as 5 da manhã. o Rafinha, aquele mais agradável, dá pra acreditar? e toca em barzinho à noite. comecei a achar que existe algum sentido nessa edição.
*
A idéia é deixar isso aqui cada vez mais abandonado e só postar observações mundanas.
Se alguém quiser me ajudar, poste aí nos comentários os discos que você conhece que foram feitos à base de heroína.
Frusciante não vale, DUH.
terça-feira, fevereiro 12
quinta-feira, janeiro 31
1 ...And the Gods Made Love
2 Have You Ever Been (To Electric Ladyland)
3 Crosstown Traffic
4 Voodoo Chile
5 Little Miss Strange
6 Long Hot Summer Night
7 Come On, Pt. 1
8 Gypsy Eyes
9 Burning of the Midnight Lamp
10 Rainy Day, Dream Away
11 1983... (A Merman I Should Turn to Be)
12 Moon, Turn the Tides...Gently Gently Away
13 Still Raining, Still Dreaming
14 House Burning Down
15 All Along the Watchtower
16 Voodoo Child (Slight Return)
sexta-feira, janeiro 25
quinta-feira, janeiro 24
só eu e você. canta pra mim. make it fit right.
You fall around these thoughts
Where you made me come, dear
Leave all the days behind that made you run.
I shall forget the days that you told me to
I was such a waste when I cut myself out
Now the fall is over baby
You'll descend but at a rate you'll find is slow
And all these times afraid to walk the room
That you have to take, there is no other way
It's forces far above you, though you want me to
I'll decorate these heights, I'll make it fit right
Somehow we wait from old to young
Now the word is small
quarta-feira, janeiro 23
segunda-feira, janeiro 14
Tem alguém mudando de idéia pela primeira vez em, aproximadamente, 17 anos.