segunda-feira, novembro 7

Homenageando minha mais nova obsessão (atrasada mil anos, as usual)

AMIE
(d. rice)

Nothing unusual, nothing strange

Close to nothing at all
The same old scenario, the same old rain
And there's no explosions here
Then something unusual, something strange
Comes from nothing at all
I saw a spaceship fly by your window
Did you see it disappear?
Amie come sit on my wall
And read me the story of 'O'
Tell it like you still believe
That the end of the century
Brings a change for you and me
Nothing unusual, nothing's changed
Just a little older, that's all
You know when you've found it
there's something I've learned
'Cause you feel it when they take it away hey hey
Then something unusual, something strange
Comes from nothing at all
But I'm not a miracle and you're not a saint
Just another soldier on a road to nowhere
Amie come sit on my wall
And read me the story of 'O'
Tell it like you still believe
That the end of the century
brings a change for you and me
Amie come sit on my wall
And read me the story of 'O'
Tell it like you still believe
That the end of the century
brings a change for you and me

******


Eu sei que quando não acontece nada, tudo parece mais vazio. Mas é impressão sua, Amie. Olha só o que você fez, a fé que você trouxe, e nos fez acreditar. Hoje eu acredito por sua causa, minha amiga.

Vem cá, senta aqui comigo, vamos olhar um pouco pro céu e ver o que acontece, as nuvens se formando assim, se juntando assim, acinzentando o céu e chorando suas tristezas. A tristeza é um pouco ilusão sabe, ela passa e a gente nem percebe. Nem existiu.

Ela vai escoando, devagarinho, e a gente vai enxergar aquele brilho de novo.

Sabe aquele livro que você deixou de ler? Então, vai lá e assopra a poeira. Chegue até o fim, as obras inacabadas nos frustram tão mais quanto os finais que decepcionam. Um final é sempre uma satisfação, ou um alívio. Permita-se interpretar! Não deixe pra mais tarde, ou pra nunca mais.

Olha pra cima. As nuvens, Amie, elas gritam por atenção, não passam despercebidas. Elas são como nós, ninguém passa despercebido. Aproveita e chora também, porque o pranto das nuvens vai dissolver o seu, e quando acabar, a gente fica leve e desliza com o vento.

Alguma vez eu te deixei pra baixo, minha amada? Me desculpa, por favor. Porque se você não me perdoar, eu terei que carregar isso pra sempre, não saberei que foi um erro, e vou repetir e magoar mais pessoas. Não quero ser alguém que magoa e segue em frente impune. Briga comigo, me dá um tapa de alerta, mas deixa uma vaga pra eu te fazer sorrir em alguma outra hora.

Esse muro não é muito forte, sabe? Olhando daqui tudo parece mais simples. Mas se ficarmos sentados apenas, as outras vidas nos parecerão tão mais fartas. E esse muro, ele vai ruir.

Vamos caminhar e deixar que os outros nos observem também? Eu sei que você gosta desses sapatos, mas quem sabe, de repente, descalços a gente possa sentir mais coisas. Vamos nos descalçar e viver isso, por minutos, assim, à flor da pele?

Que bom que você aceitou, viu? Não é difícil.

É verdade que às vezes machucam os pés, fica complicado de andar, até sangra se o passo for mais firme. Mas isso acontece quando estamos inseguros, meu amor. Preste atenção e perceba que é o solo que está debaixo de ti, e não o contrário. Entendeu essa?

Tem mais uma coisa que é muito importante, preciso lhe dizer:

Amie, quando você abrir os olhos, talvez possa se assustar, ou não. Você entende tudo como ninguém.

É, tem um lago aí na nossa frente, e ele nos reflete. Os pés meio machucados, as roupas um pouco puídas, os cabelos desgrenhados (você gosta assim, não é?). Mas somos nós, Amie. Somos nós. Essa multidão de pessoas em uma só.

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