quarta-feira, agosto 27

Seguinte, mudança é ótimo, em todos os sentidos, fuçando nas minhas coisas achei um texto meu das antigas, tipo 3 anos atrás é um tempo considerável, considerando a minha pessoa.... Bom ele está aqui, eu continuo apaixonada por ele, e acho que vai agradar a todos que tiverem paciência pra ler...that´s it, let´s get it on...


Reflexões Pseudo Intelectualóides e a Nova História

Continuo a proferir meus versos e canções para o nada, inspiro-me horas
a fio nas sensações que todos mantêm e ao fim a identificação permanece
vazia. E se o vivente mais medíocre, prestar atenção em quaisquer de
minhas palavras, ele verá que não é tão medíocre assim. Quando a garota
mais superficial tiver meus rascunhos nas mãos, verá que compartilhamos
de angústias similares. Se um adolescente ler minha obra, vai rir dos
escárnios e se emocionar com os romances mal sucedidos. Contudo, quando
outro indivíduo, também versejante e ruidoso, consultar meus escritos,
verá a estética falha, a escassez de vocabulário, dificuldades de
concordância, organização textual, e por fim, a fraqueza do enredo.

Por que, me diga, alguém que podíamos ter como catalisador de idéias,
acaba se transformando num rival de intelecto? e por que as pessoas que
elogiam nosso trabalho, são consideradas por nós mesmos, pertencentes à
um patamar inferior? Tudo isso! Auto-piedade? Auto-exclusão? Por que
nos destruímos? Auto-flagelo?

Da modéstia à pretensão desenfreada, quando se faz parte de um todo que
é nada...

Pudera eu estar bem próxima à consciência mútua, quando se perdem no
caminho as razões do próprio existir? Num lapso de compreensão nos
deixamos levar e a partir de então as conclusões são escassas. Se ao
menos alguma idéia fosse brilhante, mas todas se transfiguram num
reflexo de nossa imaturidade. Talvez se a tentativa fosse nula, o
resultado seria satisfatório. Então qual seria a causa do esforço que
fazemos pra nos destacar dos outros? Qual é a causa da dúvida que nos
persegue? Temo ainda não estar nem a caminho de todas as respostas. E
essa é a minha maior motivação. Continuar seguindo pelos mesmos
caminhos tortuosos, uma boa alternativa pra quem já insistiu muito em
viver como uma pessoa normal.

Agora é relevante sobreviver, como ávida ou bastarda cria do mundo.

Pois então, como será o destino? Será farto de ilusões e tremores, e
temores que não dizem nada a respeito do que vem após. Só a respiração
como companhia, e um pedaço de papel roto para exterminar os últimos e
áureos traços da humanidade.

O mundo se esvai, junto leva minha vida, minhas dádivas e esperanças.

Resta-me um suspiro melancólico que transcreve alguns trechos de minha
fronte desfigurada. Meus pensamentos insensatos, minha glória
desmerecida. De que vale o sofrer num purgatório cheio de orgulho? Se
todos acham a certeza num simples gole de censura aos restantes? Acho
eu que o silêncio é proveitoso, os mistérios são intrigas do próprio
pensar, e os ideais são de um pútrido afar de deuses.

Inexistentes - imagino
Inertes - penso
Inerentes - cogito
Inexoráveis - talvez
Notórios - provavelmente

Por fim, propriamente o fim, o nada. Que se extermina na essência do
pensamento inválido. O último gole se faz de uma soda, nada mais
entorpecente que a consciência primária vindo à tona.

Por que o cotidiano, se o fato nos esconde a verdade?

(coisas que estavam na minha mente nessa hora braba):

"You´re spring to me, all things to me, don´t you know you´re life

itself ???" (db)

"We´ve only just begun to live, so much of live ahead" (K.C.)

"Si je simplifais ma reflexion sur le marveilleux dans l'ocident

jusqu'a la caricature" (Le Goff)

Miss Hyde, em algum momento do ano de 2000

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