sábado, fevereiro 14
Casos no Cais (Pra não dizer que não falei das putas)
I
Entre um laço e um bagaço
E o cheiro de pó
Me empresta o anzol
Pra gente ir logo pescar
Não me conta se a fonte
Se ela é cristalina
A chuva me ensina
A percorrer por lá
Vamos sacode esse pó
Da bandeira
E à sua maneira
Nós vamos dançar
Mantém o pé forte
Que eu venho do norte
Tô tentando a sorte
E não vou me zangar
O mundo é pequeno
E teu jeito sereno
É quase um veneno
A me atordoar
II
Envoltos em voltas
Descarrilho distante
Era um navegante
Que no mês de Abril
Aportou e partiu
Logo após meu amor
Esgotar nesse quarto
Evangelho de mim
Na dor, eu sabia
Que ele não mais voltava
E no cantinho da escada
Esse choro sem fim
Quebra mais esse galho
Me vê outra rodada
Dessa Santa Cachaça
Pra eu me rodar assim
Bota o velho querer
Mais que longe daqui
Pois não consigo sofrer
E nem tampouco sorrir
Enquanto ess'alma do mar
O meu viver assombrar
Fico no mundo girando
Pra mais fácil enxergar
Aquele ledo amasso
Na esquina, fora do bar
Amei outras veiz meu menino
Que o vento soprou do cais...
Me deixou aqui de novo
Dia a dia aqui de novo
Ele não vai vir me salvar
Ele não vai vir me iludir
Eu só quero poder dizer
Que eu não vivo só do fingir
Dani Hyde
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