sábado, abril 14

No sin to Love

Sempre considerei o Eternal Sunshine of the Spotless Mind um filme ok. OK.

Ele é bom, mas não me tocou de maneira a transformar minha vida, me fazer refletir, essas coisas.. Até porque não aceito nem a vaga possibilidade de se desfazer de uma memória.

Então, analisando o rococó em verso me deparo com o Sr. Alexander Pope (sim, aquele lá que tu só ouviu falar no Código DaVinci), e descubro que o nome do filme é culpa dele. Mais, descubro que o poema que contém essa frase se chama Eloisa to Abelard. Fez-se a luz.

Of all affliction taught a lover yet,
'Tis sure the hardest science to forget!
How shall I lose the sin, yet keep the sense,
And love th' offender, yet detest th' offence?

Entendo que os fãs do filme já sabiam desse detalhe, mas como eu não era entusiasta, deixei passar. O fato é que Heloísa e Abelardo foi a primeira história de amor que conheci, antes mesmo de Romeu e Julieta, quando assisti Em nome de Deus (Stealing Heaven, 1988). Digamos que eles tiveram uma certa influência na minha vida.

Depois de ler o poema na íntegra aqui, eu entendi o insight do Kaufman e fizemos as pazes. O “ok” ganha um ponto positivo porque a inspiração do filme vem de um romance onde o “esquecer” era um processo interminavelmente dolorido.

Pra quem for preguiçoso e odeia poemas de 20 mil caracteres, eu largo o eureka! abaixo:

How happy is the blameless vestal's lot!
The world forgetting, by the world forgot.
Eternal sunshine of the spotless mind!
Each pray'r accepted, and each wish resign'd;


-Oh me! - diria Julieta. A propósito, alguém sabe me dizer se há alguma dica sobre isso no filme? Vou até assistir de novo...

Um comentário:

m. disse...

é um dos meus filmes favoritos. e já conhecia o alexander pope, o que me fez amar o filme de cara.