terça-feira, outubro 30

Literatura e Barulho, na alma, na veia, numa tacada só..

Termino de ler RIMBAUD & JIM MORRISON - “Os poetas rebeldes”, do Wallace Fowlie. Foi lançado em 2005, mas pra quem não conferiu ainda, corre lá.

O Wallace é um acadêmico professor de literatura francesa na América. Um dia, ele recebeu uma carta de agradecimento pelas traduções em inglês de Arthur Rimbaud. Assinada pelo Jim Morrison. Wallace não fazia a puta idéia de quem era Jim Morrison, e perguntou para um aluno. - “Hellooooo, você nunca ouviu The Doors?”...

Era 1968, e ele não tinha ouvido. A partir daí, começa uma viagem louca de um especialista em Rimbaud tentando entender o que Jim tinha visto no poeta e se apavorando com a mensagem quase idêntica que este passava à humanidade.

O livro aborda um pouco da vida e obra de cada um, seus aspectos mais semelhantes, e principalmente, a figura dos rebeldes ao longo do desenrolar das sociedades de várias eras, porém com os mesmos problemas.

O melhor de tudo, o grande suco é imaginar que o Pop começou a ser estudado em universidades desde os 70. E isso me dá esperança na humanidade.

Sem falar que voltei a ouvir Doors com 27 anos com o mesmo prazer que tinha nos 12.

Os planos de visitar o Père Lachaise continuam. Espera aí que eu já vou, Jim.

***

E esse aqui é o Rafael Sonic, ele é meu amigo há muito tempo, mas você ainda vai ouvir falar dele, e não por mim.

Ontem

Dizem que tem gente
Que tem gente demais
Dizem que tem gente
Que não tem ninguém mais

Continuo vagando por aí
As mesmas indagações
Será que são só frases?
Será que são canções?

Será que é o barulho do rio?
Molhando os meus ouvidos
Saudade, saudade, saudade
Nem sei do quê...

Dizem que tem gente
Que não tem emoção
Dizem que tem gente
Que só tem gratidão

Continuo vagando por aí
As mesmas indagações
Será que são só frases?
Será que são canções?

Será que é o barulho do rio?
Molhando os meus ouvidos
Saudade, saudade, saudade
Não sei do quê.

- Pra baixar

Coisas do Além, e Depois.
www.tramavirtual.com.br/rafael_sonic
Matéria sobre o novo disco. http://tramavirtual.uol.com.br/noticia.jsp?noticia=7099

domingo, outubro 28

I cannot follow you, my love
You cannot follow me


Assim começa o álbum com as gravações da BBC do Leonard Cohen. You know who I am já avisa o que vai acontecer com os próximos minutos da sua vida. Vão se desintegrar, claro.

Leonard é esse ser imaculado que eu tenho receio de mergulhar. Acabei me aproximando mais dele por causa de uma obra da Bienal, que se chama Between the snowman and the rain, uma frase de Love calls you by your name, canção do Songs of Love and Hate.

Between the snowman and the rain – ele diz – once again, once again. Once again - quase um mantra como o Nunca Mais, Nunca Mais do Poe e do Ramil. Um ciclo interminável e inevitável. A vídeo-arte é muito boa também, procurem pela Sara Ramo lá no Cais. Foi falando sobre isso com um crítico de arte da Croácia (momento crítico da minha carreira bienalística), que eu soube que o Leonard foi poeta muitos anos antes de se voltar pra música. Estou curiosíssima, aos poucos chego nele, aos poucos, porque é uma tarefa bem arriscada absorvê-lo de uma vez só.

Por falar em Poe, também acabo de ler (finalmente) The Fall of the House of Usher, que também já esmaga seu coração com a epígrafe de abertura:

Son coeur est un luth suspendu sitôt qu'on le touche, il resoné [seu coração é um alaúde pendurado; tão logo alguém o toca, ressoa. N.T]
DE BÉRANGER

É tudo que eu imaginava, e um pouco mais. Agora a atenção é pro disco do Peter Hammill, dedicado inteiramente a essa história. Muitos arrepios.

E a desintegração é completa. Experimente.

sábado, outubro 27


Svevo restorna da morte e pede uma xícara de café.

Quando o primeiro dos Bandini da América se foi, o mundo perdeu seu charme. O tipo de implementação britânica da moral no novo mundo não fazia sentido pro gringo de sangue quente. Não sei o que aconteceu pro Arturo, ou o próprio Fante, acabar desistindo do pai, mas hoje sinto falta do Svevo.

Tomamos uma xícara de café, rindo alto e olhando as bundas que passavam, tendo a certeza que o mundo é muito mais agradável quando não complicamos.

Pra Svevo, as coisas que você aprende na escola não prestam pra nada se o cara não souber trocar um chuveiro ou levantar uma parede. Talvez pra mim também.

Até porque, a conclusão, no meu caso, implica em carregar dezenas de Kgs, caminhar dezenas de Kms e pisar barro ou respirar deserto, e ficar dezenas de horas abrindo buracos com uma pá menor que a que meu filho leva à praia.

Svevo Bandini, essa primavera já está tão quente, daqui a pouco eu não vou mais respirar.

Vamos tomar esse café logo, pra você voltar pra lá e eu continuar seguindo.

quarta-feira, outubro 24

i´m so much in love like a little soldier catching butterflies

FUCK REHAB, quarta especial BOWIE!
Porque as quartas podem ser a solução de todos os seus problemas!

Problemas de Auto-Estima, traição, trabalho, bebida? Consulte um especialista e você será encaminhado para ... FUCK REHAB!

Com apenas R$ 20,00 você curte a festa com BEBIDA LIBERADA, enlouquece na pista e esquece toda a aflição do dia seguinte!
No som, além dos residentes – Machuca e Schutz - super convidados especiais da cena gaúcha!


FUCK REHAB!
Quarta, 24 de outubro, a partir das 23h00min.
R$20 – BEBIDA LIBERADA (ceva, whisky e vodka)
Cabaret do Beco.

Especial da semana: DAVID BOWIE
Convidado: Dani Hyde




domingo, outubro 21

impossible to forget, hard to remember

"You and I have a special talent. And I saw it immediately. We're the substitute people. I've been the substitute person my whole life. I'm not an Ellen. I never wanted to be an Ellen. And I'm not a Cindy either…I like being alone too much. I mean, I'm with a guy who is married to his academic career. I rarely see him and I'm the substitute person there. I like it that way. It's a lot less pressure. I'm not sure if that's a good thing or not.. but it's true. especially the part about liking to be alone too much."

Claire Colburn, sabe tudo.

quarta-feira, outubro 17


Qual música do los Hermanos você é
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You scored as Conversa de botas batidas

Você é conversa de botas batidas, se negocio é amar, amar , amar até o fim, o moço pode bater que você vai continuar amando

Quem Sabe

100%

Conversa de botas batidas

100%

O Vento

83%

Ana Julia

67%

A Flor

67%

Retrato pra Ia ia

42%

Vencedor

42%

Pois é

33%

Todo Caranaval tem seu fim

33%

Paquetá

8%

terça-feira, outubro 16

battle we have raging inside us
we have raging inside us
have raging inside us
raging inside us
inside us
us



nunca pensei que o Peter Parker fizesse tanto sentido.

domingo, outubro 14

Citações para um domingo.

"Mora na filosofia
Pra quê rimar amor e dor?"

(Caê)

“O solzinho tá tão bom, mas em compensação, quando vem a nuvem...”
(Segurança da Bienal)

“I've loved so many times
and I've drowned them all.

From their coral graves,
they rise up when darkness falls.

With their bones they'll scratch the window,
I hear them call,
"Don't know what you asked for."”
(Jeff Buckley)

"Whatever comes our way, whatever battle we have raging inside us, we always have a choice. (…). It's the choices that make us who we are and we could always choose to do what's right."
(Spider Man)

quinta-feira, outubro 11

Evocando o pai.

Às vezes a gente tem que lembrar quem somos. Todos nós aqui de dentro.

Trecho do médico, monstro e gênio, meu amigo e confidente, Robbie Louie:

"Foi, pois, a exigência das minhas aspirações e não o meu particular desregramento que me fez ser tal como era e o que separou no meu íntimo, com um fosso mais profundo que na maioria dos homens, essas duas regiões do bem e do mal em que se divide a natureza humana. Obrigado pelas circunstâncias, reflectia intensa e repetidamente nessa dura lei da vida que é a própria essência de toda a religião e que é uma das fontes mais abundantes de dor. Embora a minha dualidade fosse tão profunda, não me sentia um hipócrita, porque os meus dois rostos eram totalmente verdadeiros. Eu era o mesmo quando, abandonando toda a moderação, me atirava para os braços da desonra, ou quando, trabalhando à luz do dia, promovia a ciência para aliviar a dor e o sofrimento.
(...)
Outros seguirão o meu exemplo, outros me superarão e atrevo-me a profetizar que no fim o
homem será reconhecido como um ser habitado por seres múltiplos, incongruentes e autónomos.

(...)
As duas naturezas que lutavam na minha consciência eram minhas, porque eu era em essência ambas. Desde o início, ainda antes das minhas descobertas científicas começarem a sugerir-me a possibilidade de tal milagre, dediquei-me a pensar placidamente, como se se tratasse de um sonho querido, na possibilidade de separar esses dois elementos. Se cada um deles, dizia eu, pudesse habitar em identidades diferentes, a vida libertar-se-ia do que hoje se me afigura insuportável; o injusto poderia seguir o seu caminho, despojado das aspirações e do remorso do seu irmão gémeo, mais recto; e o justo avançaria com segurança e firmeza pela sua senda ascendente, realizando as boas obras nas quais encontra prazer e sem se expor às desgraças e à penitência provocadas por esse espírito perverso e desconhecido. Esta era a maldição da humanidade: o facto desses dois ramos incongruentes estarem unidos com tanta força, que – nas agonizantes entranhas da consciência - estes gémeos opostos lutavam continuamente entre si. Então, como dissociá-los? Estava tão absorto nas minhas reflexões quando, como disse, da mesa do laboratório surgiu um débil raio de luz que começou a iluminar o horizonte. Comecei a perceber, cada vez mais profundamente como jamais poderia imaginar, a temerosa imaterialidade, a transparente inconsistência deste corpo aparentemente tão sólido em que estamos aprisionados. Dei-me conta de que certos elementos possuíam a capacidade de alterar e arrancar essa vestimenta carnal, do mesmo modo que qualquer sopro de vento agita o toldo de uma loja. Não entrarei em profundidade no aspecto científico da minha confissão. Primeiro, porque acabei por perceber que o homem está ligado indissoluvelmente ao seu destino e à carga da sua própria vida e quando procura libertar-se desse peso, regressa novamente a ele com uma pressão maior e mais terrível. Segundo, porque, aí, como o evidenciará o meu relato, as minhas descobertas eram incompletas. Bastará dizer que não só fui capaz de separar o meu corpo material da emanação de certos poderes que formam o meu espírito como também logrei elaborar uma droga graças à qual a supremacia desses poderes foi destronada e suplantei o meu aspecto com uma segunda aparência, não menos natural para mim, já que era a expressão dos mais baixos componentes da minha alma e tinha em si a sua marca".

terça-feira, outubro 9

poesia e barulho. na alma. pra sempre.



segunda-feira, outubro 1

catholic school girls rules


.Mary diz:
eu jantava na casa do padre as vezes
.Mary diz:
com ele e com a irmã
.Mary diz:
er
Dani Hyde diz:
comeu?
Dani Hyde diz:
huahauhauahuahua