quarta-feira, novembro 28

É incrível a minha capacidade de ócio, INCRÍVEL...

Descobri que o legal dos guitarristas é o fato da gente saber de antemão como é a expressão de seus orgasmos.

Tem umas muito boas.

(sim, eu tava vendo uns vídeos do Frusciante)



terça-feira, novembro 27


“Brasil, bem vindo ao Brasil!”

Essa frase do Diogo, da Los Porongas, já é antológica. No sábado passado rolou a quarta edição do Gig Rock, e dessa vez teve circo. Não vou ficar resenhando aqui, porque já tem dezenas de textos mais competentes e imparciais do que o meu seria.

Todo mundo mandou muito bem, inclusive São Pedro, com uma chuvinha lancinante que não nos deixou em paz, porém não foi capaz de estragar o espetáculo.

Tenho poucas observações. Primeiro, orgulho de participar disso, forever. Eu podia estar discotecando na tenda do pancadão, podia estar de roadie, de caixa, mas não, geral (a.k.a. o chefe) já sabe que o que eu gosto é pegar as bandas no aeroporto e ficar girando por aí, falando de música ininterruptamente. O único momento do ano que eu deixo meu anti-socialismo de lado a favor da curiosidade de saber o que acontece lá fora. Sim, porque estando em Porto Alegre, a cena independente é “lá fora”.

Mas essa já é a segunda observação. O que se viu na outra edição nacional foram ovações para os locais e êxodo na hora das bandas nacionais. Não sei se era muita informação (tinham dez bandas de outros estados), mas o fato é que fora os “conhecidinhos”, os outros não receberam a atenção devida. No Gig Rock Circus, eu cheguei a dispersar do palco várias vezes pra analisar a cara de concentração de muitas pessoas dispostas a assimilar o novo. Tirando Autoramas que já tem uma “seita” por aqui, os outros eram praticamente estreantes (Moptop só fez um show no Ocidente ano passado, num domingo com 100 pessoas, não conta), e conseguiram segurar a onda dos gaúchos bairristas e blasées. É ou não é uma façanha? Um acontecimento antropológico? Sim! Uma mudança.

Que o nosso Gigstock (apelido carinhoso, refletido nas pernas de umas mil pessoas imundas de lama) tá crescendo rápido a gente já sabia, a novidade é que o público começou a entender, e não há nada mais gratificante que isso.

***

Li esses tempos o 31 Canções, do Hornby, fiz um pouco as pazes com ele. O melhor do livro é que eu só conheço 3 das 31. Genial...ouvirei todas nos próximos momentos. Segue aí uma de MUITAS boas sacadas sobre a música e o OUVIR música:

“Se você ama uma canção, ama-a o bastante para que ela o acompanhe por diferentes fases de sua vida, e daí qualquer lembrança específica se apaga com o uso (...) A única coisa que pode se presumir de pessoas que dizem que seu disco favorito de todos os tempos faz lembrar da lua-de-mel na Córsega ou do chiuahua da família é que, na verdade, elas não gostam muito de música”.

segunda-feira, novembro 19


Quarto cheio de luz. Vincenzo chega amoroso e de cheirinho bom. Banho terapêutico pra voltar à realidade. Visita de um dos grandes melhores amigos da galáxia: filmes, música, amores, sexo e bienais. Tudo em comum e fluindo na nossa vida plena de aventuras coloridas e uma despedida melancólica, certa de que amigos não morrem nunca, nem de longe. Em breve comemoraremos três anos de filmes, música, amores, sexo e arte em comum. E nesses três anos a vida foi emocionante. Alguém já comemorou três anos de amizade?

Nós comemoraremos. Com o Thurston Moore e a Polly Jean fazendo nossa trilha sonora. Com uma festa gigantesca que já não é só nossa.

Quarto escurecendo. Uma aranha carregando um besouro já seco, acho que era um troféu pelo feito espetacular. Suflê de espinafre pra curar os dias de excesso. Tá assando ainda, o cheiro tá bom. Papai tentando reproduzir um Miró (é maravilhoso ver a arte arrebatando quem nunca teve tempo pra sentí-la). Mamãe lavando roupas eternamente. Felipe comendo pizza de escarola (fato histórico).

Harmonia.


Silver-Blue (Thurston Moore)

Blue meets silver and silver runs
Blue follows and then it's gone
it's gone, but not for long

wood meets dirt and the dirt is fine
the dirt is always in your mind
your mind, your mind is gone

a pearl meets light and light gets lost
but thats alright for the holy frost
of the day
it's safe to say

every time we meet my friend
all I know is its the perfect end
tonight is the perfect time
(...)

domingo, novembro 18

Eu fiquei pensando e pensando e pensando sobre isso, e cheguei à conclusão que não. Não é o tempo que anda me comendo, seria injustiça pensar isso porque quando Mick grita “Time is on my side. Yes, it is!”, ele sabe o que diz.

O tempo tá sempre do meu lado, e acreditar é o que importa. Eu acredito. A vida não passa a mão em mim, e na verdade eu deixei de gostar dessa postura de auto-piedade há muito tempo atrás. Gosto de sofrer sim, mas não por mim, pelos outros. De sofrer pelo endurecimento do indivíduo, pelo esquecimento do sonho, pelo isolamento do prazer, por tudo que deixou de ser puro pra ficar racional.

Não é o tempo, nem a vida, que vai nos boicotar. Os Stones sabem, e eles sabem também que “you can´t always get what you want”; o Frusci sabe (life changes, not you) e a Holiday sabe mais ainda quem acaba fodendo tudo, mas também sabe como resolver.





logs, pra variar um pouco



Dani, the girl diz:
tem a ver, que as criaturas da noite são as mais interessantes
Dani, the girl diz:
sempre vão ser
.Mary diz:
depende
.Mary diz:
ultimamente eu não tenho achado
.Mary diz:
as pessoas da noite vivem num sonho que eu já cansei, sabe
.Mary diz:
já esgotou a Fantasia e o Vazio tá dominando
Dani, the girl diz:
pq tu deixa.
.Mary diz:
preciso encontrar outra Fantasia pra mim
.Mary diz:
não
Dani, the girl diz:
existe uma fantasia.
.Mary diz:
eu encontrei outro mundo que eu amo
Dani, the girl diz:
se você acredita, ela tá lá
.Mary diz:
em que as pessoas são do bem
.Mary diz:
ou pelo menos eu as vejo assim
Dani, the girl diz:
a questão é que fantasia é pra cada um, do jeito que esse cada um imagina.
Dani, the girl diz:
voce deixou o nada se aproximar
.Mary diz:
e o que importa é que eu as vejo assim, sabe, boas, gostando das mesmas coisas que eu.
.Mary diz:
deixei. depois de tantas desilusões na noite :/
Dani, the girl diz:
então, tu caiu no pantano da tristeza
Dani, the girl diz:
hauhauhauahua
.Mary diz:
hauhauhauhau
Dani, the girl diz:
força, Atreyu!
.Mary diz:
sou um cavalo branco
.Mary diz:
crazy white horse
.Mary diz:
ehuheauheuhuea
Dani, the girl diz:
não, tu é o atreyu e teu cavalo já morreu
.Mary diz:
talvez
Dani, the girl diz:
agora, continua
.Mary diz:
preciso encontrar a tartaruga (qual era o nome dela mesmo?)

quarta-feira, novembro 7



Rapidinhasss... no melhor estilo Lúcio Ribeiro

- Alguém consegue parar de escutar My Love, do Justin? Eu não. E olha que pra superar a linha melódica de Rock Your Body o produtor precisa ser muito ninja. Cada vez mais Jacko das antigas, cada vez melhor.

- O Segredo de Beethoven é uma afronta. Não consegui formar uma opinião sobre ele ainda, mas fica a sensação que “alguma coisa está fora da ordem”. Immortal Beloved continua sendo o filme definitivo sobre Ludddie (e não me canso de dizer, a Nona muito melhor utilizada).

- Descobri que o criador da bomba atômica se chamava Vannevar Bush. BUSH! Deve ter alguma passagem na Bíblia sobre este sobrenome.

- Franklin Roosevelt era fã de Byron e Dickens. Não à toa o melhor presidente (apesar de foder o Brasil, no cú).

- Freud continua sendo uma florzinha punheteira.

- Luana Piovani acabou com o meu dia na Bienal, arrastando toda a minha turma de trabalho atrás dela. Luana Piovani nem é tudo isso. Se ainda fosse uma morena.

- Ainda sobre a Bienal, faltam 11 dias... até que enfim.

(My Love só poderia ficar melhor se não tivesse o Freestyle do negão, desnecessário, se fosse o Michael nos 80, botaria um baita solo de baixo com bateria quebrada no fundo)

- O novo do John Frusciante já está na mixagem.

- Sábado o BECO faz 3 anos e o público mudou completamente. Me pergunto se todo mundo que leva essa vida para pra se perguntar se está na hora de parar. As melhores Roque Town geralmente acontecem nessa época. Dezembro, Janeiro e Fevereiro (quando nós faremos os 3 aninhos) são os meses mais tranqüilos, porém mais selvagens, afinal, quem não viaja de Porto Alegre costuma ficar meio louco. E nós ainda não decidimos os temas. Aliás, não decidimos o de Dezembro, porque Janeiro seguirá com a terceira edição da SEX TOWN, distribuindo amor a todos na virada do ano; e em Fevereiro vai ser a grandiosa ROCKY III.

- Em Dezembro ainda tem o Gig Rock 4, diz que vai ser avassalador.

- E o resto tudo igual. Mas é bom né?

domingo, novembro 4

quinta-feira, novembro 1

Querido diário...

Hoje eu estava num carro e ela começou a tocar, e whatever, não faço idéia do que foi pra vocês, mas essa música começou toda uma nova era pra mim. Ela marca a minha chegada em porto alegre, a nova abertura pra um grande universo musical, e o encontro da minha própria identidade.

Ouvir hoje não foi nada mais do que providência divina. Pode apostar.



Aqui, um vídeo da versão original, muito mais foda, e mais triste também.