quinta-feira, novembro 30

Hey Jack. Jack!
You´re in my world now.


Eu sempre gostei de pronunciar Jack como a Lucy do Bram Stocker´s Dracula. Não me importa o nome da atriz, importa que ela foi uma Lucy abençoada, e pronunciava o nome do Jack da maneira que nem eu teria resistido se fosse um Jack. E se for pensar mais a respeito, se fosse a Lucy teria escolhido o Jack pra desposar, e não Arthur. O Jack era mil vezes mais humano.

Preciso escrever porque terminei meu primeiro livro do Jack (Kerouac). Foi tão difícil todas as vezes que tentei, e me sentia burra, e apequenada por isso. Vagabundos Iluminados era o romance certo, e mais precisamente, foi lido na hora certa.

Quando comecei O Livro dos Sonhos e On The Road não entendia nada. Estava submersa na literatura diabólica e mundana do Bukowiski e nas viagens alucinógenas do Burroughs. Achei ingenuamente que o Jack seria tão podre e mesquinho como eles. Porque nessa época, era isso que me agradava. Bem, em qualquer época isso me agrada, mas agora estou aberta pra todo o resto.

Só com “Vagabundos” eu pude entender que o Jack é diferente. Que ele, ao contrário dos outros, acredita na vida, e acredita em vivê-la até o fim, do modo mais nobre possível. Sendo uma pessoa boa e não fazendo mal a ninguém.

É certo que os “Vagabundos” contém muita porcaria zen budista alienada, da qual os outsiders yankees dos anos 50 precisavam pra sobreviver naquela terra ingrata. Mas pra minha felicidade, Jack era muito mais “clássico” do que os outros filósofos alternativos. Lendo aquele monte de linhas e constatações e citações de sutras até me deu vontade de sair correndo pra sanga tibetana mais próxima da minha casa. Mas sei que isso não vai me fazer feliz, porque seria só mais um vazio a percorrer.

O melhor do zen budismo é que ele admite a bebida e a putaria. E é por isso que eu não me “afilio” à religião nenhuma. Simplesmente quero fazer o que me dá vontade, respeitando o que acredito. Acho que vou voltar a me embrenhar nessas leituras. Mal elas não fazem.

Tenho inveja de toda essa liberdade que eles podiam desfrutar no auge da “liberdade americana”. Pedir caronas a torto e direito, dormir num saco de penas de pato em qualquer lugar (principalmente às margens de uma estação de trem), se hospedar em hotéis agradáveis por no máximo cinco dólares...

Pois é, meus amigos bardos, no século XXI, a gente não desfruta desse tipo de escapismo. Logo, nunca seremos totalmente rebeldes, e nem seremos totalmente aceitos. É o mal dos nossos tempos, não há onde se encaixar, senão em si mesmos.

Terminei o livro em alguns minutos. E antes mesmo de chegar aos quatro últimos capítulos já sentia que precisava escrever algo a respeito. Me preparei. Comprei um bom vinho (Seleção nacional de Sauvignon, Merlot e Pinot Noir de 2004), fiz uma refeição leve, e deitei sobre as cobertas enquanto meu filho revia pela enésima vez um filme fofinho da Disney.

Tanto ele notou minha concentração, que foi sentar-se ao meu lado, enciumado do meu ritual livro-vinho-marlboro lights, e me fazer declarações de amor. Após umas duas vezes que ele repetiu essa chantagem eu, cansada de deixar o livro de lado pra enchê-lo de apertos e beijinhos, perguntei se ele queria ouvir o que eu estava lendo. A resposta foi afirmativa, então se seguiu todo um capítulo em voz alta, justamente quando Ray está seguindo pro seu último objetivo, servir à guarda florestal numa montanha isolada nas rochosas de Seattle com o objetivo de isolamento e meditação. O nome da montanha? DESOLATION.

Era cheio de descrições de neve, corredeiras, cervos, lebres e ursos. Não preciso dizer que a criança ficou encantada. Por sorte, não era nenhum capítulo de bacanais greco-romanos contemporâneos que esses ditos zen-budistas promoviam.

O filme então termina. O pequeno foi dormir, não sem antes ouvir uma história do universo dele. Dessas cheias de moral, onde o leão subestima o rato e o rato lhe salva a vida no final. Pertinente para o astral da noite.

Não dá pra recomendar o livro gratuitamente, porque foi uma experiência pessoal. Eu precisava dele e ele (Jack) haveria de chegar a mim nesse momento. Mas posso declarar em brados que ninguém deve viver a vida sem ler ao menos um Kerouac. Cada um vai escolher o seu volume especial e intransferível.

Algumas pessoas ficam furiosas quando eu digo que sublinho livros. Eu adoro sublinhar livros, tenho verdadeira paixão por encontrar os meus grifos quando releio, e perceber como aquilo fez e continua fazendo sentido pra mim. E quando empresto, pessoa que lê se questiona o porquê daquilo. Nesse caso não foi diferente. E essa passagem é de um deleite incomum (mais uma vez, extremamente pessoal):

(...) “Ah meu Deus, sociabilidade é só um grande sorriso e um grande sorriso não passa de um monte de dentes, eu gostaria de simplesmente poder ficar aqui e descansar e ser bom.” Mas alguém me levou um pouco de vinho e me fez entrar no clima. (...)

E numa outra, Jack define tudo que sinto hoje, sem montanhas, sem sutras sagrados e com muito pouca meditação:

(...) Eu estava mais feliz do que estivera durante anos e anos, desde a infância, eu me sentia livre e contente e solitário. (...)

A plenitude de compreender que mesmo solitário, mesmo olhando pros lados e não vendo muitas pessoas, você está feliz. É indizível.

Obrigado, Jack.

*

Ah, eu não conseguiria escrever isso tudo sem um jazz. O jazz é a alma de todo livro, toda escalada, toda beberagem de vinho, toda orgia, toda abstinência, toda trilha e toda escalada. O jazz, sem dúvida, é o único ritmo que te faz subir, subir, subir, em qualquer significado que isso possa ter.

O meu parceiro foi Charles Mingus, com as fundamentais Theme for Lester Young (a propósito, já assistiu Round Midnight? Assista. E quando se acostumar com todos os compassos e pausas dessa música, ofereça um strip tease a alguém), Hora Decubitus, Oh Lord! Don´t let them drop that atomic bomb on me, Open Letter to Duke, Body and Soul...

Aaaaah. Charles já iluminou tantas horas da minha vida que podia escrever sua discografia inteira aqui e comentar canção por canção.
Boa madrugada a todos os gatos pardos e solitários do mundo.

quarta-feira, novembro 29

ele é neguinho?

estamos ouvindo Earth, Wind and Fire no repeat há 2 horas. a pedido dele, meu filho. que está sem camisa e descalço requebrando no meio do quarto...

ORGULHO!!!!!

resolvi seguir o mestre hoje e fazer uma incursão pelo lado junkie da vida.

consumi o conteúdo de uma latinha de Pringles Hot & Spicy.

em tempo, eu não como salgadinhos industrializados, a não ser castanha de caju, amendoim e pistache.

a Pringles é a coisa mais horrível do mundo, e aquela farinha que eles chamam de tempero, chega a dar nojo. de longe a Rufles Churrasco é superior, mesmo assim escória. o ideal mesmo são Nachos frescos, de restaurantes especializados.

valeu.

terça-feira, novembro 28

Jeff Buckley´s Day

(ou “mais um?”)

Morning theft
And pretender left
Ungrateful


A dureza às vezes acaba. Você se vê esparramada até o meio da tarde sem vontade de fazer nada e ignorando o mundo lá fora. Nem o lixo você consegue botar fora. Percebe a metáfora?

Tem algo preso na garganta que nunca sai, e a gente se ocupa com tudo que for possível pra não lembrar dele. Mas conforme vamos cumprindo as tarefas ele vai se fazendo presente, presente, presente, até que um dia o que sobrou?

Não adianta correr da própria loucura, da tristeza e da solidão. É só se afastar um pouco dos que criam o cenário perfeito da lisergia pra constatar que continua tudo ali.

Por essas e outras que o Jeff me dá a mão nessas horas. Mas eu não vou me afogar. Vou nadar até o horizonte, e depois até o outro, e o outro. A morte não me derruba porque eu não tenho medo dela, e não acho que ela resolva alguma coisa, muito pelo contrário. Só é o status de um perdedor.

Tem muito perdedor no mundo, ninguém vai notar falta de um. E não quero passar sem ser notada.

Ainda não escrevi minha obra prima definitiva.


(alguém já reparou como ele fala o melhor "I Love You" do mundo?)

sábado, novembro 25


Não sair no fim de semana pode ser bom. Eu só não descobri ainda por que.

Talvez o fim do cansaço justifique, os dias estão lotadíssimos, e de responsabilidades.

Me obrigo a estudar pra última prova do semestre, cultura artística (Renascimento e Barroco). Meu professor é psicopata e faz provas de 35 questões de múltipla escolha. Fácil é? Ahá! Claro que não. Das 35, pelo menos 32 são de imagens, pra classificar de quem é, o título, onde está, de que período e estilo, e por aí vai. Agora definitivamente eu vou virar uma chata das artes (também).

Ficar em casa me faz comer mais e me vestir mal, não agrada. Em contrapartida, estou aqui sentada, quietinha, e rola uma bandinha tocando America no bar da frente e Herbie Hancock no Winamp. Poder da escolha.

Os objetivos pra hoje são: encher os beiços de Brahma Extra, mandar Michelangelo e Caravaggio pra puta que pariu e assistir A Vida de Brian.
*
A imagem: Apolo e Dafne, de Bernini. A história é ótima. Era uma vez Apolo, um deus safado cafajeste que gostava de pegar todas por onde passava. Até conhecer Dafne, uma ninfa baita cú doce que o provocava e provocava e liberar que é bom, nada. Um dia, ela o percebeu pelas redondezas, tirou a roupa e saiu linda, livre e leve e solta pelos campos floridos. Quando capitava o olhar do garanhão, ia até o chão pra sentir o cheirinho do mato, aham. Eis que ele explodiu de tesão acumulado e saiu correndo atrás dela, e ela se picou. O pega-pega durou algumas horas até que, quando Apolo tava quase agarrando a bisca pela cintura, ela apelou. Gritou pro pai, o senhor Peneu, livrá-la daquele praga. O rei, querido, a transformou numa árvore (aqui, há controvérsias, loureiro ou carvalho). Bernini, geniozão, conseguiu captar exatamente o momento de transformação da ninfa. Foda.

quinta-feira, novembro 23

quarta-feira, novembro 22

Hmmm vejamos.

Eu realmente odeio electro, e não é meu odiar corriqueiro, é um ódio sem escrúpulos, sem pudor, deslavado.
Menos “destroy everything you touch” (ladytron), a música da semana. E da minha vida.

Cortei o cabelo, completamente. Chega de parecer mulherzinha demais. Procure a Leeloo d'O Quinto Elemento pra futuras referências da minha franja.
Hoje eu ia tocar numa festa de nome massa, mas não rolou, ficamos conversando de encontros via orkut, e eu perdi feio.
Daí me chapei tudo que não me chapei nos últimos 5 anos.
E roubei o livro da
Natacha Merrit do meu amigo, pra futuras necessidades. (por que ela amarra todos os paus e depila todo mundo? ou será que pergunta antes se são depilados? anyway, as fotos só ganham com isso.)
E comi pão com ovo. Tenho fascinação por pão com ovo frito (gema mole) de madrugada. Só funciona pros solteiros, claro.

Tchau, diarinho.

segunda-feira, novembro 20

""Pode crer." A voz saía de algum lugar distante dentro dele, uma vozinha contida e meiga que tinha medo ou não estava com vontade de se afirmar. Eu tinha comprado um queijo três dias antes, na Cidade do México(...)Ele comeu o queijoe tomou o vinho com gosto e gratidão. Fiquei contente. Lembrei-me do verso no Sutra do Diamante que diz: "Pratique a caridade sem ter em mente nenhuma concepção a respeito da caridade, porque a caridade, apesar de tudo, não passa de uma palavra"."

Então, acho que encontrei o primeiro livro do babe* que vou conseguir ler até o final.

*Kerouac - Os Vagabundos Iluminados

Pra quando você estiver me xingando, e já souber ler direito.

É tarde, a gente acabou de brigar porque você não queria limpar o nariz (de novo). Deu tudo certo, agora tu ta aqui roncando, e eu escrevendo no escuro, com a luz do celular, pra tu não ter que soltar meu braço e acordar de novo.

Eu sei que errei em algum ponto por você não conseguir dormir sozinho. Talvez seja pelo fato de que eu nunca consegui também (dei uma boa enganada dos 11 aos 17).

Isso aqui vai ser uma lamentação só, se prepare.

Desculpa por deixar você cair e entortar o dente da frente aos 2 anos, espero que não tenhamos maiores problemas com isso.

Desculpa por ser histérica quando eu brigo. Eu não sei brigar e só faço isso quando precisa muito.

Desculpa por ter deixado você trancado em casa aquele dia que eu desci pra abrir a porta. Você disse “tudo bem” e eu ignorante acreditei.

O que me lembra de me desculpar por te tratar da mesma forma que trato pessoas de 30 anos.

Desculpa por não ser uma “mãe de parque”. Sabe, eu não gosto de rua, ar fresco, essas coisas. Farei o que puder pra compensar com livros, cinema, shopping e fast food.

E música. Bem, tu pode gostar do que quiser, contanto que tu ame.

Desculpa – e essa é a mais doída de hoje, porque você me reclamou igualmente doído – por não conseguir abandonar minha concentração noctívaga, fazer coisas de madrugada e não conseguir ficar acordada pela manhã. Todo dia, quando vou dormir, peço a Deus pra acordar às 9hs, mas o sono, Morfeu filho da puta, me amordaça, me nocauteia, me enche de boletas. São 5.30hs. Eu sei que amanhã vai ser outro dia desses, mas não consigo, não consigo. Me sinto impotente porque sei que isso dificilmente vai mudar. Espero que tu me entenda um dia.

Desculpa se a mãe arranjou uma porra de trabalho que ela ama e perde preciosos fins de semana contigo. Veja, isso sim é temporário. Daqui uns 10 anos, quando você começar a ir pra noite, eu vou estar sentada numa poltrona lendo Finnegan´s Wake*.

Desculpa se eu não consigo cuidar de você, da casa e da minha vida ao mesmo tempo (como a minha mãe fazia, apesar dela ter aberto mão da vida um pouquinho).

Desculpa por botar pessoas na tua vida, que você vai se apegar e, de repente, do nada, nunca mais ver.

Não. Não peço desculpas por isso. Você tem que se acostumar com a impermanência do mundo e das pessoas.

Desculpa pelo cigarro.

Desculpa por te poupar da violência na TV.

Desculpa por não te dar uma família perfeitinha, se eu fizesse isso, seria hipócrita. Mas como a Lilo diz: “é capenga, mas é boa”.

Tudo isso é só pra dizer desculpa pela minha eventual ausência. Eu tento consertar cada tópico desse no dia a dia. Imagine que vários não estão aí porque eu já superei, ou até mesmo nem me dei conta dos próximos.

Desta que nutre o único amor em que acredita.

Mom.
*eu tenho uma lista de livros que só vou ler depois de velha. esse é um deles.

sábado, novembro 18

uh, los hermanos.

por mais que alguém me ouça falar mal deles, eu vou lá, me escondo num cantinho, e fico chorando.
não consigo evitar, ainda mais com um momento gilete (O vento, Além do que se vê, Último Romance).

afe.

a impressão que eu tenho é que aqui em porto é sempre melhor. pelo menos é o que eles dizem. mas por dizer, muita gente morre na língua.

eu não sei. não foi tão bom quanto das outras vezes, ou tô ficando velha, ou já enjoei das músicas mesmo, excetuando-se as queridas do coração.

faltou uma, até entendo, por ser meio lo fi. mas é minha preferida do 4. sapato novo.

Bem, como vai você?
Levo assim calado de lá tudo que sonhei
um dia
como se a alegria
recolhesse a mão
pra não me alcançar
Poderia até pensar
que foi tudo sonho
ponho meu sapato novo e vou passear
sozinho como der
eu vou até a beira
besteira qualquer
nem choro mais
só levo a saudade morena
é tudo que vale a pena

Na real, essa letra não ilustra nada. A catarse dessa música é a linha melódica. A estrutura é muito parecida com canções medievais. Isso fode, sabe. Fode. Coisa pra quem assistiu Romeu e Julieta do Zefirelli 62937854 vezes, inclusive lembra muito A Time for Us, mas isso é coisa pra neuróticas como eu.

(you tube ilustra tudo: http://www.youtube.com/watch?v=KxxifA2T4Wg)














quinta-feira, novembro 16

Cecilia Ribeiro diz:
Acabamos de chegar de Sorocaba. A Vó Maria (tua bisa faleceu) 98 anos


........

modo "preocupação com outras pessoas" offline. fodam-se.
Socorra - parte 28573687

Como diria Daniel Gildenlöw, “nós sempre seremos muito mais humanos do que desejamos ser”. Então, a gente premedita toda uma situação, e ela vem toda embolada e nebulosa e te apaga e nada do que foi planejado funcionou. Pior do que isso é não decidir qual foi o erro, existem dois possíveis. Sempre existem duas alternativas, Sr. Hyde. Em qualquer uma das duas, o resultado não é favorável, ou seja, são dois lados de um mesmo “monstro”, enquanto o médico nem sabe aonde foi parar.

Não dá pra ser racional por muito tempo. O tempo é curto. A efemeridade é um fato. E lidar com várias pessoas irracionais ao mesmo tempo dá nisso.

Mas tem aquele zumbido que a gente tem que ouvir sempre, independente do resultado. I got to make a change blues, da Memphis Minnie. É forte, pungente e tem poucas palavras.


Now, listen good women
Will you take my advice?
Don´t ever love a man
Coz' he talks sweet at nite



quarta-feira, novembro 15

ele tá bem encaminhado. a gente sabe que ele tá bem encaminhado quando sai rebolando pela casa cantarolando "você foi mó rata comigo, você foi mó rata comigo..."

aproveitar o dia de citações pra outra obra de arte. arrasa caê..

com você eu tenho medo de me apaixonar
eu tenho medo de não me apaixonar
tenho medo dele, tenho medo dela
os dois juntos onde eu não podia entrar

com você eu tenho mesmo de me conformar
eu tenho mesmo de não me conformar
sexo heterodoxo, lapsos de desejo
quando eu vejo o céu desaba sobre nós

mucosa roxa, peito cor de rola
seu beijo, seu texto, seu queixo, seu pêlo,
sua coxa
menina deusa urbana, neta do sol
eu sou você e os meus rivais.

sou só
You move on up, you move on back
Your laser love is like a heart attack
(laser love - marc bolan)

Laser Love está nas paradas por mais de um mês já, eu e Marc estamos nos amando mais do que nunca.

O status da turnê é: acabada. Definitivamente descobri que não posso ser rock star. Essa coisa de passar 5 dias sem dormir, bebendo "às ganha" sem nem sempre saber o que se fez no dia anterior é complicado. Fora os ouvidos...tenho cada vez mais medo de fazer audiometria. Mais tarde faço um diário de bordo, do que eu lembro, claro.

Vão rolar outras, mas com patrocínio, otherwise eu serei presa por roubo a banco, em breve.

**

Hoje parece domingo, física e emocionalmente, um domingo. E o pior calor da semana, deve estar uns 63 graus lá fora.

Amanhã volta tudo ao normal, com o plus de um show do Los Hermanos pra futuras necessidades. Fora show do Ecos Falsos e discotecagem dupla no sábado. Pergunte aí: Daniela, e seu filho, como vai?

É complicado, mas parece que eu realmente estou tendo que tirar meu sustento da noite. E ele tá tendo que entender. Um dia ele vai se orgulhar.

**

No mais cabeça revirada. Coragem, Dani Hyde. E como diz meu amigo:

The truth is like a stranger
Be like you could
All my friends say.

(summer deep - marc e seu bongôzinho)

Pra terminar a chupação de bolas do bolan (uh, péssima), mais uma jóia do Você Entuba, a música que termina TODAS as Róque Town (sem excessões, há quase dois anos).

http://www.youtube.com/watch?v=aOh4ebd4Kvs



quinta-feira, novembro 9

In love with a mask.

Me arrebento de raiva quando assisto em DVD algo que deveria ter visto no cinema. É o caso de V for Vendetta (V de Vingança). Eu sabia que tinha que ser no cinema, eu lembro do dia que vi o cartaz no cinema pela primeira vez, foi em São Paulo no início do ano.

Enfim, só assisti agora. Sem dúvida o filme mais perfeito do ano, senão pra todos, pra mim. Reunindo todas as coisas que prezo numa película, fundamentação e projeções históricas, problemática psicológica dos personagens, londres, cultura pop, romance, londres, takes absurdamente inteligentes (você “enxerga todas as expressões do V. só com a iluminação usada) e claro, londres, de ontem, hoje e amanhã. A “Amídala” tá um pouco over, mas ela pode.

Meu conhecimento em HQ´s é parco, e o pouco que há veio dos nerds que me rodeiam (principalmente o Sr. Boris e o Sr. Zarpelon). Nunca li o Vendetta, mas concluo que é o que eu mais gosto, vou procurar entrar nesse mundo pra ver se ele me entende como no filme. Veja, ele me entende, ele mora na casa que um dia eu terei, com as coisas expostas do jeito que estão.
E a best feature: seguindo a linha de Batman, ele não tem REAIS super poderes, ou melhor, sim, os seus poderes são reais, de fato. Mas ele supera o Batman, primeiro porque mora em Londres, segundo porque é muito mais inteligente e não tem aquela coisa imediatista, de salvar alguém de hora em hora, o objetivo é salvar a liberdade, foda-se se ele se apaixona no meio do caminho.

*cai uma lágrima*

É muito fácil se apaixonar por ele. Estou entregue. E achei genial a sacada dos Wachowski de não ................... .

Bizarro é que justamente hoje um profile fake do V. me adicionou no orkut. A Assistência Divina chegou ao orkut, pense.

***

Estou pesquisando sobre a trilha de Sumé. O advento Zefirina Bomba ("A Outra Trilha de Sumé" - Noisecoregrovecocoenvenenado) e Zé Ramalho (o álbum com Lula Côrtes, Paêbiru) me fizeram cair de interesse por isso de novo.
O fato é que já conhecia a história do Paêbiru (ou Peabiru, whatever) superficialmente. Mas lendo a respeito descobri coisas muito mais relativas a mim do que imaginava. Primeiro que o caminho transcontinental é considerado pela maioria dos especialistas uma ramificação viária das estradas incaicas. Segundo que duas partes delas convergem em Paranapanema, que é a cidade natal da minha vó, da minha bisavó, e da minha tataravó, esta última uma índia pura.

Grandes possibilidades de uma pesquisa sobre o tema se tornar meu primeiro projeto de pesquisa arqueológica.

Se descobrir que tenho descendência Inca me mudo pra Cuzco amanhã.

***

Já ouviu o Cê, do Caê? É foda. E o Lúcio foi “mó rato comigo” ao revelar que Caê está cantando as minhas duas músicas preferidas do Transa, “You Don´t Know Me” e “Nine Out of Ten”. Pagarei milhões de reais por um ingresso desse show.

domingo, novembro 5

Guillemots sempre arrasando...é tão bom apostar certo.

Bad Boyfriend - uma obra de arte sonora.

You’ve got your own girlfriend, so why you gotta look at me for?
You’ve got your own girlfriend, so are you looking at me for?
You’ve got your own girlfriend, so why you gotta look at me for?
I suggest you get your shit and get out of my way

You’ve got your own girlfriend, so why you gotta look at me for?
You’ve got your own girlfriend, so are you looking at me for?
You’ve got your own girlfriend, so why you gotta look at me for?

I suggest you get your shit and get out of my way
You say you look, you look, you look, look at me
You say you look, you look, you look, look at me
You say you look, you look, you look, look at me

Welcome to the jazz cave
Tonight we have
Double bass
Drums
Guitar
Piano
And saxophone, for your pleasure
Everyone welcome
Enjoy

You got me saying, you got me saying
You got me saying things I’ve never said before
You got me saying, you got me saying
You got me saying things I’ve never said before
You got me saying, you got me saying
You got me saying things I’ve never said before
You got me saying, you got me saying
You got me saying things I’ve never said before
You got me saying, you got me saying
You got me saying things I’ve never said before
You got me saying, you got me saying
You got me saying things I’ve never said before

Your face, it looks like death

Looks like
I, I, I
I know you
I don’t wanna know
You are everything

And the pan, and the pan, and the pan, and the pan
(Sex, sex, sex, sex, sex...)
On my knees
Fighting for you
I don’t have a very interesting life
(Sex, sex, sex, sex, sex...)

Oh, yeah

- I like sex
- I like sex more than you like sex
- I like sex in forests
- I bet you I like sex more than you
- I like sex in coal mines
- I like sex in car parks
- I like sex
- Where?
- Everywhere
- In a recording studio?
- Anything
- In the mixing booth?
- Anywhere
- I don’t really mind
- I like sex
- I don’t mind
- I don’t mind
- I do it all the time
- I do it all the time
- Anywhere you want

And it’s always good when you do it in the open air.




sexta-feira, novembro 3



são 5 da manhã e pra variar eu tô com insônia e começando a ficar bêbada e contando as putarias incontáveis com um velho amigo e por sugestão dele resolvi ouvir o Outside depois de muito tempo.

penso: "mas esse álbum merece um conto!". lembro: "mas eu FIZ um conto desse álbum!".

ok, pra quem conhece, o Outside vem com um conto do próprio Deus no encarte , inacabado, e que provavelmente nunca leremos o final. estava lembrando ao meu colega que comprei o Outside na saída do último dia de vestibular da Federal, quando sabia que não ia dar mais, que já era. daí comprei um cd do david bowie, meu band aid eterno. cheguei em casa, almocei, botei o cd, deitei no sofá com o encarte e começou uma viagem sem volta. na verdade a viagem começou quando assisti Labirinto com 7 anos, mas foi aí que ela foi retomada.

O "Quando o amor passa por tua aorta" é um dos meus preferidos, ingênuo, reconheço hoje, mas magnífico. Estou com muita vontade de voltar aos contos, e de repente publicar, incluindo os 3,4 que tem aí pelo blog. E o nome certamente vai ser uma homenagem ao Oscar.

Uma Esfinge Sem Segredos.
já tá amanhecendo....hate it.
ouvindo: the voyeur of utter destruction (obra prima do disco)


quinta-feira, novembro 2

what the fuck do they know

comecei a assistir "quem somos nós"
dormi profundo

quarta-feira, novembro 1

Já que isso aqui virou o "muralzinho da Dani Hyde" vamos lá:

A pesquisa sobre o século XIX me rendeu muitas descobertas e alegrias, principalmente (duh) na literatura. Eu já falei que amo estudar História hoje?

Contos Imperdíveis:

Charles Dickens: The Black Veil
Retrato falado da Londres oitocentista e uma narrativa "chorável".

Wilkie Collins: The Story of a Terribly Strange Bed
Porque os ingleses só se fodem em Paris.

H.G. Wells: The Stolen Bacillus
De que ano é isso mesmo? 2010?

Oscar Wilde : The Sphinx Without a Secret
O Profeta. Ponto.

Bram Stocker: The Judge´s House
Buuuu. Não a toa ele edificou minha vida. Nem só de vampiros viveu Bram Stocker.

Guy de Maupassant: The Necklace
Vai nêga, quer ser mulherzinha? Então toma!

Anton Chekov: The Kiss
(L)

p.s.- não sei se é possível encontrá-los em português, mas digo de antemão que não vale a pena, a forma que esse povo escrevia é "intraduzível" (ok, o francês e o russo me faltaram nesse momento, mas a edição que eu li traz um inglês clássico, o que dá todo um "chalme" - até porque, a melhor língua do mundo é a anglo-saxônica).


Agonia Acadêmica

O que eu sinto falta em textos e livros é o CTRL+F.

Ou, porque eu SOU OBRIGADA a citar a Igreja de São Marcos (em Veneza! [sic]) numa prova sobre a constituição social do Renascimento Italiano?

Augusto Comte morreu, alguém avisa meus "mestres".