quarta-feira, agosto 20

68 é aqui.

A Veja superou dessa vez (estarrou, como diriam meus amigos baianos) e lançou uma matéria completamente absurda e sem sentido.

http://veja.abril.com.br/200808/p_076.shtml

Jornalistas criticando historiadores é lugar comum. Mas de maneira tão pobre, descontextualizada e baixa, fazia tempo que não acontecia. Faz com que a própria formação acadêmica de comunicadores seja colocada em discussão.

Informar desinformando também não é novidade, mas mobilizar pais desesperados porque seus filhos estão sendo doutrinados para o comunismo novecentista poderia dar um filme divertidíssimo mas não é o caso.

Antes fossem todos os professores de Humanidades da rede de ensino nacional comunistas e Freirianos.

Não teríamos uma juventude tão inerte e analfabeta.

Clamar por NEUTRALIDADE como um DEVER é fechar os olhos impunemente para o que aconteceu 40 anos atrás.

Não faço esse tipo de coisa, justamente porque é incompreendido no momento em que surge. Mas não dá pra engolir um sapo desses. Nem como estudante, nem como mãe, nem como cidadã, essa palavra que o mecanismo político vigente está tentando suprimir. De novo.

A quem interessar, divulgue, organize motins, mande cartas xingando as autoras da matéria, acompanhem de perto os professores infelizes, estáticos e descompromissados dos colégios de seus filhos, sobrinhos, etc.

O ensino precisa ser reformado sim. Mas não da forma que eles querem. Não existe mais comunismo, capitalismo, direita, esquerda, positivismo e tecnicismo. Essas expressões estão mortas e quem as reproduz está sufocando no limbo do tempo.

"It´s happening now", já dizia Jeff Buckley.