segunda-feira, junho 26

Canção para ninar o Beco


"Late last night and the night before,
SMICknockers, SMICknockers, knocking at the door.
I want to go out, don't know if I can,
'Cause I'm so afraid of the SMICknocker man!"

sábado, junho 24

"mã, eu acho que sou um gambá!"
"mas, por quê?"
"porque eu fiz muita força e consegui soltar dois peidos seguidos."
"(sem reação)"

(passam-se dois minutos)

"mã, agora eu vou cagá um pouco tá?"
"..." - olha e consente.

Ah...a fase anal.


Update: "mãeeeee deooooo"
trains to brazil.

guillemots pra presidente.

sexta-feira, junho 23

É poesia concreta?


“Time locked in negative matter, all theories shatter
beneath the weight.
Happy is the man who believes that the world
is a dream and all reason, fate.
Time moves on with no time;*
the eye moves on with no rhyme,*
and I'm a song in the depth of the galaxies”

(Red Shift - Peter Hammill)

* um dos melhores vocalizes da história da música

Algumas lógicas eternas começam a fazer sentido. Sair do circuito costumeiro e padrão é bastante enriquecedor. O exercício da antropologia aplicada nunca é em vão.

Consegui zerar o game, acredito. Em todos os sentidos.

Aquela coisa tão importante há um par de dias atrás já caiu por terra, e agora só resta continuar “caminhando” em frente. Muitas coisas caem por terra antes mesmo da gente perceber.

Depois de conseguir baixar todos os álbuns do Peter Hammill eu volto a ouvir o primeiro que conheci. Vê, os outros não tem tanta importância simplesmente porque entraram na minha vida sem contexto, um arrebate no soulseek. Aos poucos vou inserindo, aos poucos. É difícil imaginar algo que supere a sensação ao ouvir “A Louse is not a Home” pela primeira vez. Gostaria de transformá-la num curta, escrever um roteiro, etc. Ia ser magnífico.

Tem que enxergar a música, já dizia Deus (David Jones).

O que me remete à uma recente discussão sobre músicas instrumentais. Sobre essa ótica, sim, ela tem muito valor. Até porque não se tem a linha lírica pra te guiar no processo, e o sentimento tem que trabalhar um pouco mais. Minha conclusão é que vou parar de criticar o instrumental, porque no meu caso é uma questão íntima. Não enxergo muita coisa sem as palavras. O próprio Chet Baker não é completo pra mim sem as letrinhas “...sings” na capa. Que voz! Que voz! Porque sua genialidade como instrumentista seria comprometida com os vocais? Acredito que acrescenta (e muito, no caso ilustrado).

Não basta só ter voz. Senão um gênio, quem criará arranjos, solos, “pontes”? Já fiquei depressiva por não conseguir compor uma bridge pra uma música, e até hoje ela está lá no fundo da gaveta, nos renegamos, somos insuficientes uma pra outra. De repente, minha resistência ao instrumental esteja ligada diretamente às minhas limitações. Que bonito, psicanálise online.

No mais, é ressaca e olhos brilhantes.

segunda-feira, junho 19

Dochtoievsssssssssshhki!

Horas-zumbi zapeando a tv eu descubro passando Henry & June, de Phillip Kaufman, no Telecine Cult. Me obriguei a rever porque esse filme foi um dos mais elucidativos pra minha formação.
Foi quando peguei o gosto pela leitura, pelo erotismo, talvez a primeira vez que me senti atraída por mulheres (e essa questão permanece com a mesma visão de Anaïs até hoje) e pela escrita enfim.
Dostoievski? Não. Eu li apenas um conto (Uma Criatura Dócil, gostei inclusive, é muito bom, com algumas ressalvas) sob alguma "pressão" (ganhei de presente) e ensaio a compra de Crime e Castigo há alguns séculos, mas sempre acho algo que me chama mais atenção na livraria. Talvez o Doppelganger também seja a inspiração pra outro dos meus filmes preferidos dos anos 90 (homônimo). Porém, foi no Henry & June que estabeleci irracionalmente que Dostoievski é leitura para mulheres afetadas e problemáticas (June, apesar de ser essencial pra real existência de Henry Miller e Anaïs Nin). Quando penso no escritor, visualizo nitidamente a Uma Thurman surtando e exercitando a bocarra (lindo) porque sua personagem não ganhou a intensidade de um Dost... (chega de repetir) no livro do marido.
Novamente o russo ficou pra trás nas minhas prioridades, e minha próxima aquisição será O Trópico de Câncer (aceito presentes).
Há um mês atrás eu presenteei uma amiga com o Delta de Vênus, tenho essa mania de dar presentes que gostaria de ganhar, é péssimo porque agora eu fico procurando uma maneira de perguntar se ela já leu pra me emprestar. Outro que só vi o filme, e pelo pouco que folheei do volume, o livro é bem melhor (pra variar).
Tenho esse péssimo hábito também, de saber mais sobre a vida dos artistas, do que sobre as obras em si...
Penso nesse filme/biografia no que diz respeito à natureza humana. Uma vez me disseram - eu, já mãe, tentando ser responsável e fingindo ser adulta - que por mais que a alegria invada nossa vida, as pessoas que têm uma queda pelo soturno sempre terão recaídas.
"O gosto pelo anormal aniquila o gosto pelas coisas normais." (Henry & June)

sábado, junho 17

A Tam é uma empresa que emite passagens não remarcáveis.

Se fuder.

quinta-feira, junho 15

Alguns sacos cheios e um par de tédios mais tarde.

O instante é preciso. Ele martela martela martela minha cabeça e mostra como estou tão cansada do presente.

Por exemplo, um vídeo game, você batalhando a última fase pra alcançar a redenção, e essa fase é um porre, cheia de repetições, pouca dinâmica e vilões fracos, porém numerosos.

O fim dessa fase está provocando um sentimento de desprezo por todos que há muito tempo não acontecia. Acho que escolhi o ET pra jogar sem perceber.

Odeio ser outsider, odeio até a palavra outsider (acredito em “the music is outside”), e quando não estou me enquadrando em nenhuma perspectiva o desespero me abate.

***

Meu Kate Moss way of life acabou. Descobri o fotógrafo que me perseguia e ele é meu conhecido, fomos solidários no segundo ou terceiro exame prático da auto-escola, não lembro ao certo. Ele passou, óbvio. É um fotógrafo que vai de carro pras festas e tira fotos “orgânicas” das pessoas.

***

Só uma coisa é importante pra mim hoje. UMA. Acredito nela com todas as forças, e não vejo como ser uma pessoa melhor se não superar essa dificuldade.

Não me cobrem nada essa semana, eu vou ser uma ignorante.

Me enchi de novo. Adeus.

sexta-feira, junho 9

Agora que chegou o Pergunte ao Pó é provável que eu crie forças pra assistir o Factotum, inspirado no "Numa Fria", que está no meu micro há mais de 6 meses.

O motivo disso é porque o Colin Farrel é ridículo, ele acabou com o "meu" Alexandre, travestindo o maior conquistador do mundo numa bichinha cheirada. E se for pra escolher entre ele e o Matt Dylon (que foi ficando ridículo com o tempo, mas era bom), eu prefiro o moço que nos presenteou com um Cliff Poncier em Singles.

Super meta...

terça-feira, junho 6

Adiós Lounge

she´s back. in shape.
alguém tira a kaiser gold de mim.

insanus fazendo apologia as drogas

porque heineken só amarrada.

domingo, junho 4

Tinha quatro balões de festa num convite de aniversário. Vincenzo fez um elemento em cada um: no amarelo, pontinhos indicando catapora, no laranja, pedaços de ferro (?), no rosa, uma carinha feliz, e no vermelho, “alguém gritando SOCOOOORRO!”.

O último era composto de duas bolotas para os olhos, e uma maior representando a boca, um clássico. Então resolvi complicar.

“Filho, sabe que existe um desenho bem famoso de uma pessoa gritando SOCOOOORRO?”

“Deixa eu ver?”

Google Images - The Scream Edvard Munch.

“Não mãe. Mas esse aí está assim ó – imita O Grito com as mãos na bochecha - e o meu está assim ó – imita o balão sem as mãos, e todo tortinho.”

Passaram-se alguns minutos em que ficamos imitando e dando risada da expressão das duas obras. E enfim ele pergunta.

“Mas de quem é esse desenho?”

“De um cara. Chamado Edvard Munch.”

“Me leva um dia ver ele?”

“Levo, mas não sei onde tá, acho que em Nova Iorque.”

“Uhum. O dia que a gente for lá você me leva então.”

***

Na verdade ele está em Oslo (terminei a pesquisa googlística pra confirmar). Acho que vai ser um pouco mais complicado que Nova Iorque.

Graças aos deuses, existe a Wall Street Posters.


sábado, junho 3

cena 01:

Dani Hyde está no segundo andar, tocando uma seqüência daquelas sem noção (Pilot, America, Neil Young, Black Sabbath e Deep Purple)

cena 02:

Júpiter Maçã entra na sala e fica babando numa cadeira (de sono)

cena 03:

Finalmente ele dorme e alguém vem fazer piada que eu fiz o Júpiter dormir.

cena 04:

Júpiter dá de cara comigo no corredor, e me abraça e cumprimenta como se eu fosse uma grande amiga do passado.

cena 05:

O dono do estabelecimento olha pra minha cara e a gente ri.

****

cena excluída:

Abri meu set da pista principal com The Final Countdown - Europe. Foi foda, mas tive que me esconder.

terça-feira, maio 30

“In a sand castle far away from here
I was born with blue eyes, they disappear”

(Cats Eyes – Guillemots)


Hoje o dia começou lindo, até a internet parar de funcionar. Levanta a mão todo mundo que fica de mau humor quando a internet não funciona...Mas é um mar de membros, minha gente!

taquipariu..

Enfim.

O álbum novo do New York Dolls chega dia 25 de julho nas lojas, e se os deuses permitirem a gente baixa antes na rede. O nome é perfeito: "One Day It Will Please Us To Remember Even This".

David Johansen deixou as melenas crescer (ou fez aplique), tirou a barba e emagreceu (ou cheirou muito). Independente disso, ele é o eterno homem glam original pra mim. Muito me causa curiosidade a canção chamada “Dancing On The Lip Of A Volcano”. Delírio.


Penso em tocar uma versão de Grace, do Jeff Buckley ao vivo em Chicago (1995), na Poa Róque Town – FESTA QUE SE REALIZARÁ SEXTA FEIRA, DIA 2 DE JUNHO, NO BEQUÍSSIMO – o que vale é a introdução:

“60s? Are bullshit. 70s? Almost big big bullshit. 80s? I don’t need even to tell you, except for The Smiths maybe. Get out of it! This shit is happening now. It´s all about now! Now! Now! Now! Bigger, faster, sweatier, skinnier, whiter, blacker……Gracer..” (e estouram os acordes, e a gente goza)

Ainda bem que se matou, coitado. Se visse o que virou o rock...exceto por The Thrills e Guillemots.

Alguém já parou pra pensar como o vocalista do Muse é estranho? Se não cantasse daquele jeito surreal podia muito bem encabeçar uma banda de new romantic.

A Róque Town desse mês - FESTA QUE SE REALIZARÁ SEXTA FEIRA, DIA 2 DE JUNHO, NO BEQUÍSSIMO – vai estrelar os grandes hits que fizeram desta uma das maiores festa de rock de Porto Alegre. De Zombies a Soul Asylum, eu garanto.

(sim, eu to organizando mp3´s pra variar)

Como o momento é pleno de novidades e muita coisa boa, e já que eu tenho paparazzis e posso dizer “Kate Moss, tenha inveja” (sim meu bem, não foi dessa vez que você conseguiu sacanear, “I got believers, believe in meeee”), botei mais uma surpresinha nos comentários. Uma apresentação de Dave Grohl, um dos que estão no Top 5 “Pra Casar”, interpretando Tiny Dancer da maneira mais atual possível.

Beijo, Tchau.

np: “Who left the lights off baby” – Guillemots, a banda do ano.

segunda-feira, maio 29

na eterna arrumação do meu quarto, eis que hoje eu encontro o manuscrito desse post aqui.

continuo achando um dos melhores, me sinto orgulhosa de myself quando escrevo coisas atemporais. mesmo sendo piegas.

pô, a vida é piegas. pieguice e sarcasmo.

resolvo então ouvir Damien Rice de novo, é muito bom esse guri.

Pesquisa

nos comentários, você vai encontrar um link de mp3 pra download. (por mil razões ele não ficou exibido aqui)

ouça, diga se isso deve continuar.

enfim, todo mundo tem banda em porto alegre.

domingo, maio 28

tá bonito. me sinto melhor agora.
agora sempre que eu caminho eu me pego andando no ritmo de "Another Number" do The Cribs. não adianta dizer "it´s soooooo 2005!", o riffzinho supera qualquer outra modernice lançada até agora, em termos de "brainworm". não desgruda mais de mim.

o engraçado é ver vários amigos se identificando com a porra da letra, e no final constatar que são exatamente os que se aproximaram na última temporada.

não esqueçam que vários números aleatórios juntos acabam fazendo frisson, vide Lost....

quinta-feira, maio 25

"(…)meeting all kinds of interesting people lately.. i met this one 40 year old dude from greece who is like.. the 40 year old greek man version of me. i forgot to ask his real name, but i'll call him cic. he wrote this one song called “fucklore sarabande on Catherine”, and it's freakily good. it makes me want to kill.”

Num blog avulso, Janeiro de 2004.

Minha surpresa foi tamanha quando li isso, encontrado numa busca pela música citada acima. Fiz uma reciclagem das minhas fitas K7 compiladas nos anos 90, e entre elas estão 2 fitinhas vindas diretamente da Grécia. Makis era um grande amigo de mIRC. Pensei que ele havia se matado. Pelo que parece, não antes de Janeiro de 2004.

Ele gravou essa música para o álbum “Crash – A tribute to J.T. Ballard”. Imagine a doença que é. Não encontro esse maldito em lugar nenhum. Acho que só lançaram independente na Grécia. Se alguém algum dia ler esse post e encontrar o disco, por favor, eu pago em Euros.

Mas vamos lá, fiz uma lista das fitas que vão ficar por caráter simbólico, e as músicas que valem a pena compartilhar com outras pessoas e fazer o download (se conseguir encontrar né, temos itens de luxo por aqui):

Sem ordens cronológicas, simplesmente porque eu não sei o que veio primeiro, o ovo ou a galinha.

Lost in Music (Sister Sledge cover)
Fucklore Sarabande on Catherine


- ambas do Sr. Makis Lazaropoulos. Encontradas tão e somente numa fitinha chamada, humm “Lost in Muzak”

A Million Manias - Marc Almond

- Lembra do cara do Soft Cell? (Tainted Love? “uáruei ai gatiú”) Ele ficou locão depois que a banda acabou. É massa.

The Fall

- da série “pais dos góticos”

Foetus

- o Richard Hell da Grécia.

Tanhaüser – Wagner

- sou eclética sim, me deixa

Sea Song - Robert Wyatt

- da série “Jeff Buckley ouviu certo esse som”

Promessas de Sol / El Condor Pasa / Guantanamera – folclóricas versões em espanhol

- pra quem irá algum dia dar aula sobre as civilizações pré-colombianas

Slave Driver - Bob Marley

- pra incluir no seu Top 5

Cascade – Siouxie & The Banshees Live

- um dos últimos shows da banda, genial

Homem de Bem – Thomaz Lima

- huahauhauahua. sério.

Heaven Help – Lenny Kravitz

- porque é bonitinha.

Gabriel – Beto Guedes

- da fase hippie.

Carmina Burana – A Ópera

- porque vale a pena

Barcelona – Caballet / Freddie Mercury

- quando eu era pequena, ia de “perua” pro colégio, então sentava pra esperar a dita na frente do sofá às 6 da manhã, olhando pra TV com aquelas listras coloridas características da alta madrugada, rolando música de elevador. Todo dia tocava “How Can I Go On” e eu já ficava triste sem saber porque.

Ride the Lightning – Metallica

- era pra ser só um comentário do tipo “must have”. Mas quando eu abri a capinha da fita, tinha vários rabiscos no verso, que provavelmente eu fiz quando era uma headbanger rebelde e meu ideal de romance era um beijo no hall do sobrado com ONE ou Fade to Black de trilha incidental. ah, Tchaca era o meu namorado da época. abaixo as transcrições:

SOME JUST SOME
MY SWEET POISON
KISS ME PLEASE
HOME SHIT HOME
POR QUE EU?
CHÚ CHÚ
FAZER O QUE?
VERY SAD BUT TRUE
EU AMO E PRONTO NINGUÉM ME SEGURA
DIA SUPER CHATO
BUU, ESSE É O BUNK (um fantasma que eu desenhava em tudo quanto é lugar)
NÃO MESMO
NÃO TENHO CULPA
NINGUÉM TEM CULPA
EU SOU UMA CANALHONA
E ELE É PIOR QUE DEUS
FOI UMA DAS ÚNICAS DESCULPAS
EM HOMENAGEM AO TCHACA EU ALUGUEI

(veja, era a época em que as locadoras de CD´s surgiram, a gente alugava qualquer merda e registrava tudo em fita e eu já assinava “produced by Dani”, porque mudava a ordem das músicas e até excluía algumas incluindo outras, daí a minha dificuldade em arrumar minhas pastas de MP3 hoje em dia)

America´s Least Wanted – Ugly Kid Joe

- um clássico

Ugly Demented World – Hole

- mais um show ao vivo em que a Courtney está completamente chapada

Bricks Are Heavy – L7

- quando eu decidi montar uma banda

Raggas

- ragga é um estilo que faz um crossover de música clássica com instrumentos indianos. ótimo para o sexo.

B-Side Ourselves – Skid Row

- um bootleg de covers das bandas preferidas dos integrantes, incluso a famosa “Psycho Therapy?” que o Sr. Rachel Bolan assumia a gritaria, e Little Wing, que embalou outros vários romances hard rockers. o melhor dessa fita é que após o término do cd (só tem 5 canções) eu gravei todas as baladas da banda.

Essa foi a única fita que ouvi na íntegra ontem, me lembra o baile de 15 anos de uma amiga minha, onde eu começo a namorar pela primeira vez e tudo na minha vida muda, meus amigos metaleiros ficam pra trás e eu viro tropicalista, passando as tardes de domingo com o respectivo na Praça da República tocando instrumentos andinos.

All The Way – Sammy Cahn

- ouvi pela primeira vez naquele filme da Julia Roberts, Tudo por Amor (Dying Young). existem várias versões e são todas maravilhosas.

Prelude to a Kiss – Billie Holiday

- a primeira vez que ouvi a mulher que viria a ser minha amiga e confidente pela eternidade.

Cop Shoot Cop

- não lembro o nome do álbum, mas vale ouvir qualquer coisa deles, uma ótima banda nova iorquina dos 80s/90s

Dee Snider´s Strangeland Original Soundtrack

- saca o Dee Snider? NÃO?? então pense numa leoa loira dos anos 80 cantando “We´re not gonna take it”. sim, ele era o vocalista do Twisted Sister, a.k.a. gênio.

Êpa, um link:
http://www.deesnider.com

Esse filme é trash, mas eu amo muito. O roteiro é do próprio Dee e a trilha selecionada por ele e com ele. No site você pode adquirir exemplares AUTOGRAFADOS! Arrisco dizer que senti tesão.

The Silent Corner and The Empty Stage – Petter Hammill

- masterpiece.

Deixei pra falar do Bowie por último, porque tinha várias fitas dele, coletâneas feitas por mim, coisas emprestadas (né não, Ronnie?) e um geralzão bem bagunçado.
Mas a ordem exata pra se conhecer a fundo David Bowie e ser arrebatado é essa:

- Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars (veja o filme de preferência)
- The Man Who Sold The World
- Aladin Sane
- Early Years (vulgarmente chamado de The Deram Anthology)

Era isso, não vou ficar botando link pra nada. Google your life.
*******
Dio, achei aqui a outra fita do Guns 'n Roses, que faz conjunto com a que tu tens. Ou seja, eu dividi o Use Your Illusion I e II de uma forma que só uma garota poderia fazer, em uma fita tem as lentas, e na outra os rockão. Em breve, Boris vai poder reviver grandes momentos, ouvindo a trilogia Don´t Cry / November Rain / Estranged.



pense no maior sonho de consumo do meu Soulseek. é como se tivesse acabado de desenterrar uma tumba.

*suspirando*

Update:

Porque quando a gente encontra algo assim não pode passar batido. Todas as pessoas deveriam ouvir pelo menos UMA música do Peter Hammill, tenho certeza que a paz mundial estaria próxima.

[danihyde] Hello
[danihyde] Hey! I´d like to ask you to download your Peter Hammill albuns
[danihyde] I´m a big great fan.
[Valforx] if your're sharing stuff i'll stick you on my list and kick start your downlaods :)
[Valforx] take whatever you want :)
[danihyde] thank you! yes, i´m sharing files
[Valforx] i just checked ...you're sharing loads of stuff ...go right ahead and d/l whatever you like :)
[danihyde] i´m from brazil and it´s so dificult to find PH stuff round here
[Valforx] i've been a Hammill fan for more than 30 years
[Valforx] he's one of my all-time favourite singers/musicians
[Valforx] i haven't got all of his stuff, but you are welcome to download anything that you want
[danihyde] oh, and you also have the VDGG material! became your fan :)
[Valforx] VDGG are an excellent band!
[danihyde] I met PH and VDGG circa 97, through a net friend from greece.
[Valforx] wow!
[Valforx] i met PH once after a solo gig in about 1985
[danihyde] met his music, I meant hehe
[Valforx] i live in Bristol UK, PH lives in Bath UK, a City next to Bristol
[Valforx] i've never seen VDGG live though :(
[danihyde] it would be superb. the songs I´ve heard changed my musical perception forever
[Valforx] cool
[Valforx] i love the way that PH can do some incredibly simple songs that sound great and yet he also does some amazingly complex stuff with VDGG
[danihyde] the last thing I heard from him was the Everyone you Hold album. Seems he had worked a lot since then.
[Valforx] i haven't heard that album, he's done so much stuff I haven't heard all of it yet
[danihyde] yeah, it never ends
[danihyde] an intelectual frank zappa
[danihyde] hehe
[Valforx] lol
[Valforx] :)
Glossário:
VDGG - Van Der Graaf Generator, a banda de Peter, antes do trabalho solo. Algo como um Pink Floyd indie.
Leila gone wild (pero no mucho)

“Tchau mãe.”
“Tchau, filha.” – diz a mãe, um pouco atordoada, com lágrimas nos olhos.

Leila sobe no ônibus, espera as velhinhas senhoras de alguma excursão estranha se acomodarem, e segue pro fundo do ônibus. Mal senta ao lado da janela, e já sente os motores sendo ligados, afasta um pouco a cortina pra poder vislumbrar a viagem longa que vai fazer.

Há dois meses atrás ela estava no quarto terminando um trabalho, o qual ela julgava ser importante, e sua mãe entrara como um relâmpago, reclamando da bagunça e desorganização que se encontrava aquele cômodo. Leila sempre dizia que ia arrumar, guardava uns papéis pra mãe pensar que a ordem tinha sido atendida, e depois voltava a fazer o que realmente era prioridade.

Existia uma certa resistência natural para que organizasse o quarto. A baderna de livros, polígrafos, cd´s e dvd´s a confortava, no sentido de que, esse sim, era o quarto de um artista trabalhando. Leila é uma artista, não havia um motivo específico pra arrumar suas coisas, era desse jeito que conseguia se encontrar e se inspirar...uma palavra “jogada” por cima dos móveis às vezes era o sinal de um dia ganho.

É verdade que ela não sabia pra que lado iria pender. Se escrevendo, poesia ou prosa; compondo, letra e melodia; pintando ou esculpindo. Bem, não os últimos. Das artes plásticas já havia desistido, porque tem as mãos pesadas. Para isso ela encontrou outra solução: o boxe.

Seu universo estava entre letras e som, definitivamente. Também havia uma queda para o palco, atuar, ser uma estrela do rock, etc. Mas com o tempo foi percebendo que, embora se dê muito bem nesse patamar, seu raciocínio é de um produtor atormentado tentando atingir a perfeição e se frustrando em ciclos. Seu universo, logo, era o backstage. O pseudo-anonimato, o burburinho de trás das cortinas, o ponto final antes de mandar o manuscrito pro editor. Gostava de se colocar no sub-contexto, de ser subliminar, encontrada nas entrelinhas. Acreditava que sua fama ia se dar justamente por agir dessa forma. Inesquecível, porém nunca lembrada.

Tinha um amigo que sempre dizia que “ser gênio é fácil, o difícil é ser estimulado”. Talvez fosse o seu caso, e a razão pela qual ela cultivava seu jardim babilônico em cima da escrivaninha.

Foi então que resolveu escrever a coisa mais óbvia do mundo. Uma ópera rock.

Sim, era perfeito. Contar a história da sua vida breve, com muita música e lirismo literário. Não ia perder tempo criando personagens, porque eles já existiam, e ao mesmo tempo não ia ser mais uma beatnik de internet arremessada ao ostracismo num weblog qualquer por aí. A arte imitando a vida, dramalhão e rock and roll.

Passou a pensar em Tommy, Hair e The Wall diariamente, constatando que eram todas obras políticas, e ela queria a política longe da sua história. Os temas políticos já desgastados por si próprios e sempre repetitivos não combinavam com a atmosfera glamourosa que criara, mas também não queria fazer um musical como os atuais, que apenas documentam momentos específicos, com um roteiro pobre que acaba se prendendo à vida privada dos protagonistas, tirada de alguma biografia não-autorizada. Ela queria uma ópera, com várias problemáticas (ficcionais ou não), vários núcleos e todas as músicas inéditas, porém plagiadas de alguma outra (afinal, o rock é isso). E o mais importante. Ela teria que ser impossível de se adaptar para o cinema, ou ficar ridículo em película, a exemplo de Cats. O trabalho iria ser árduo.
A partir de então, Leila ia pra rua e enxergava um imenso teatro de arena, um Coliseu, onde a luta pela sobrevivência social se fazia míster. Bares, casas de show, chimarrão na praça, romances e fofocas, foram aos poucos encorpando páginas e páginas de um roteiro caótico.

Concluiu sua obra com um ponto final na quinta página. Não se viu capaz de dar continuidade àquilo. Faltavam-lhe argumentos pra discernir o porquê da história ter ficado tão desmembrada, os temas sobrepostos e os destinos dos personagens indefinidos.

“É sobre a minha vida, diabos.”

Deu uma olhada no seu saldo bancário. Ainda estava negativo, mas tinha um limite que lhe permitiria tomar a atitude correta no momento. Foi quando sua mãe entrou no quarto pra reclamar da bagunça, mais uma vez.

“Mas você não arrumou essas porcarias ainda? Eu vou jogar tudo fora.”

“Pode jogar, eu vou pra Livramento”

“Fazer o que em Livramento?”

“Comprar umas coisas pra mim”

O silêncio se abateu entre as duas. A mãe vai até a sala e fuma um cigarro. Suspira forte e volta na porta do quarto.

“Quer uma carona até a rodoviária?”

“Uhum.”

Leila arruma uma mochila pequena e segue a mãe na porta, de cabeça baixa, já divagando sobre o que vai escrever durante o trajeto do ônibus. Algo diferente de tudo que já havia pensado antes.