domingo, maio 11

Fala Fala

"Before you play two notes learn how to play one note - and don't play one note unless you've got a reason to play it." - Mark Hollis (1998)

Às vezes a música parece que forma uma coisa só, uma grande faixa de freqüência, pra onde vão todos os sons. E pra entender isso, nós temos que mergulhar, e quanto mais mergulhamos, mais claro fica o som. Assim, uma grande sinfonia.

Há um tempo atrás eu fazia uma pesquisa sobre álbuns que tratavam ou foram gravados à base de heroína. De preferência os desconhecidos. E me deparei com algumas coisas do Talk Talk. Coloquei pra baixar no torrent e esqueci.

Nesse fim de semana, lotado de preguiça e ócio contra a minha vontade, peguei um zapping rápido da MTV falando a respeito do retorno do No Doubt, e que provavelmente eles já estariam em pré-produção.

No Doubt foi uma banda importante pra mim. Foi o primeiro show que assisti no exato momento em que amava a banda. Gostar de algo contemporâneo e saboreá-lo em todas as suas formas não tem preço.

Mas a viadagem da Gwen Stefani com essa carreira solo passou dos limites. Qualé agora? Tá falindo e quer voltar a trabalhar com músicos de verdade? Penso que isso é palhaçada, que é uma humilhação aos outros integrantes, e que as majors estarão por trás desse novo álbum, cagando em every single compasso.

Esqueçamos disso (por enquanto). O post é pra falar do Talk Talk. Depois de milênios terminou de baixar o Laughing Stock (1991), último disco da banda, e eu me pus a ouvir pra escapar de alguns livros.

Winamp e Google em chamas, me dou conta de que a Talk Talk é a infame progenitora de It´s my life, o último hit-cover do No Doubt. Mas como assim It´s my life e heroína?

É aí que a internet mostra seu serviço. Depois dos três primeiros discos a la New Wave/80s/Duran Duran, o “conjunto comercial” se revoltou, principalmente Mark Hollis (vocalista e band leader), e começaram uma nova era. Imersos no estúdio, experimentalismos, texturas, até os lançamentos de Spirit of Eden (pela Parlophone, que desistiu dos caras rapidinho) e Laughing Stock (Polydor).

As evidências atestam que o usuário de heroína era o irmão de Mark Hollis: Ed Hollis, que produziu The Damned e Stiff Little Fingers. Esta última, queridinha de Bob Forrest e John Frusciante (e assim vamos formando uma grande corrente da “brown sugar” e da música decorrente dela, ou por causa dela).

Apesar de Mark negar o uso de drogas (álcool à vontade) e escrever letras em homenagem ao irmão (que não sobreviveu aos pesados anos 80 – mesmo que fiquem lembrando desta era como se apenas fosse fluorescente e repleta de homens maquiados), a sonoridade dos dois últimos álbuns do Talk Talk é perturbadora. No bom sentido, quero dizer.

Nos anos 80 há coisas boas, verdade, eu juro. Smiths ali, post punk acolá, o combo Joy Division / New Order, alguma coisa mais sincera no hard rock, tem muito mais que não entrarei em detalhes agora, e ali em 88, o Spirit of Eden; estourando a década, vem o Laughing Stock em 91.

Imagino agora se em cada década tem uma banda que vai atingir esse nível, porque o que me vem à cabeça, é que o Talk Talk fez pelos anos 80 e pela pobre New Wave, o que o Television fez pelos 70 e pelo pobre Punk Rock (enquanto música, ambos são pobres; enquanto movimento, ambos transgressores, não venham chorar por causa disso). A fusão de rock e jazz é sempre certeira, e carregada, consequentemente, de melancolia. Mistura-se a isso um bando de jovens que amadureceram e descobriram o prazer de passar horas desafiando até onde a melodia pode chegar.

E provavelmente, muita heroína. Ainda não engoli essa de cara limpa. Lá no início falei que fazia uma pesquisa, certo? O objetivo é descobrir, compreender, constatar, whatever...que existe um som particular que os junkies exploram e é comum a todos. Independente da época, de estar no mainstream ou no submundo. Tem algo ali que se destaca. É como o I-Doser, ele trabalha numa certa freqüência que pressupõe levar ao efeito de tal sensação ou droga. Penso que, sob o efeito da heroína, se atinge uma freqüência cerebral na qual determinadas nuances e harmonias são mais latentes, e agradáveis, e belas.

Por isso é uma pesquisa, porque enquanto não evidenciar nada, é só paranóia minha.

O que importa para todos é o grande achado musical. Um grupo muito bom, subestimado e jogado no limbo. Me atrevo a dizer mais. Um certo Thom Yorke certamente bebeu dessa água, assim como o post rock.

- Pra quem quiser saber mais, tem uma página bem bacana aqui:
http://users.cybercity.dk/~bcc11425/

- Pra quem quiser baixar, procure no isohunt.com. Se encontrar links diretos, me indique.

- Pra quem acredita na NME, um trecho de resenha:

Sobre o Laughing Stock - “The whole thing is unutterably pretentious and looks over its shoulder hoping that someone will remark on its 'moody brilliance' or some such. It's horrible.” David Quantick, NME, September 28, 1991.

- Pra quem quer diversão imediata, temos o You Tube:

I Believe in you, a carro-chefe do Spirit of Eden





After the Flood, uma das 6 obras primas do Laughing Stock



No Doubt tocando It´s my life (é impressionante como ela consegue estragar essa música)

sexta-feira, maio 9

Da série: Meu amigo Breton.

(...)
Outras tantas perguntas resolvidas decisivamente, ao acaso; só me restou o poder discricionário de fechar o livro, o que não deixo de fazer, ainda perto da primeira página. E as descrições! Nada se compara ao seu vazio; são superposições de imagens de catálogo, o autor as toma cada vez mais sem cerimônia, aproveita para me empurrar seus cartões postais, procura fazer-me concordar com os lugares-comuns:

A salinha onde foi introduzido o moço era forrada de papel amarelo: havia gerânios e cortinas de musselina nas janelas; o sol poente jogava sobre tudo isso uma luz clara... O quarto não continha nada de particular. Os móveis, de madeira amarela, eram todos velhos. Um sofá com grande encosto inclinado, uma mesa oval diante do sofá, um toucador, com espelho, entre as janelas, cadeiras encostadas às paredes, duas ou três gravuras sem valor, representando moças alemãs com pássaros nas mãos - eis a que se reduzia a mobília. (Dostoievski, Crime e Castigo )

Que o espírito se proponha, mesmo por pouco tempo, tais motivos, não tenho disposição para admiti-lo. Podem sustentar que este desenho clássico está no lugar certo e que neste passo do livro o autor tem seus motivos para me esmagar. Perde seu tempo, pois não entro no seu quarto. A preguiça, a fadiga dos outros não me prendem.
(...)

(Manifesto Surrealista)

segunda-feira, maio 5



Dia 5 de maio é dia de alguma coisa que eu esqueci, ou aniversário de alguém importante que eu esqueci também. Como regra, resolvi não namorar mais ninguém no mês de maio, porque já devo ter uns 4 ex-namorados aniversariantes desse mês, e através desse fato todos podem perceber o quanto eu entendo de astrologia.


Dessa forma, vou comemorar 2 meses que John Frusciante fez 38 anos, está vivo, e cantando pra mim todos os dias.


"o pop não poupa ninguém", já diria o filósofo...

Stigmata é um filme sensacional. Um dos cânones do pop religioso cinematográfico e só perde pra Anjos Rebeldes I, II e III (porque, tá, Christopher Walken nem o diabo encara).

O questionamento sobre um livro de J.C. himself é deveras esclarecedor, e também é o filme que tem uma das melhores frases do pop religioso cinematográfico, que diz que o nosso templo está na própria alma.

Dentro do pop religioso eu posso citar Sangue Sujo também, com o hino "Jesus voltará", mas daí já fica restrito demais.

Quem quiser discutir algum assunto seriamente por aqui vai perder tempo. Eu nunca falo sério (a não ser sobre o amor não-metafísico por música e literatura) e por trás de qualquer postagem tem um sarcasmo divino*.


obs: o sarcasmo divino já faz parte de outra piada interna que merece um texto à parte.


sábado, maio 3

Sonhei muito loucamente com uma pessoa. No sex included. O que me chamou atenção foi uma tatuagem que fechava as costas. Era uma sepultura com a epígrafe “DEATH OF CHRIST”, em itálico, e flames ao redor.

Eu me revolto cada vez mais com as religiões. É impossível você aceitar qualquer profissão de fé instituída quando se está a par das histórias. Legítimo “ninguém presta”. Além do mais, essa forma primitiva que rege o mundo (also.known.as god) me dá provas concretas de que o melhor é crer naturalmente.

Não foi preciso ser espírita ou exorcista para constatar o abalo sísmico-para-psico-emocional causado ao Vincenzo numa noite inocente de visita a um estabelecimento cristão. Óbvio que não tenho nada a ver com isso, mas as pessoas têm acessórios chamados “parentes”.

Nestes momentos eu penso: graças a deus, ele não foi batizado.

eu acredito no amor mais puro.

sexta-feira, maio 2


Alguém avisa pra essas pessoas que pra falar de música tem que ENTENDER música? Por essas e outras que a História precisa ser revisada.

domingo, abril 20


Necessário...somente o necessário. O extraordinário é demais.

Emoção é ler Rudyard Kipling pela primeira vez com seu filho de sete anos, depois de ter passado os primeiros quatro anos assistindo o Mowgli da Disney ad infinitum.

Se aperceber da fascinação nos olhos dele descobrindo mais e mais detalhes sobre o grande ídolo da primeira infância. E se aperceber fascinado também.

O Sri Lanka continua de pé. Isso basta. Somente o necessário.

sexta-feira, março 28

Até que eu não ando tão parada assim, assino a coluna musical deste mês ao lado do Fuckin’ Kleinert (ver meus links desatualizados) lá no...


http://www.insolitamaquina.com/

domingo, março 23


Nunca é demais...

Well, resolvi fazer tal comunicado porque no atual momento eu sou quase uma Pandora.

A Dengue se ESPRAIA pelo RS, e isso é um perigo para mim, e pra você.

Como alguns sabem, eu convalesci da doença em 2006, e de acordo com os especialistas, o vírus permanece em mim foréva, isto é, se um Aedes limpinho me picar, ele vira um assassino.

Outrossim, se você não cuidar de exterminar as águas paradas, e eu for exposta ao vírus novamente (na verdade há 4 tipos, qualquer dúvida se informe ou me pergunte), posso ter a Dengue Hemorrágica e bye bye Dani Hyde (nesse caso, não só a Hyde).

Então. Sejam legais, e não se façam de blasée achando que estão em Paris e tudo isso é ilusão.

sexta-feira, março 21

“Por indecisão ou negligência ou por outras razões, não me casei, e agora estou só. Não me dói a solidão, já é bastante esforço alguém tolerar a si próprio e às suas manias. Noto que estou envelhecendo; um sintoma inequívoco é o fato de que não me interessam ou surpreendem as novidades, talvez porque perceba que nada de essencialmente novo existe nelas, e que não passam de ser tímidas variações”.

Borges. “O Congresso”. IN: O livro de areia, 1978.

terça-feira, março 11

O bom de voltar às aulas é que as leituras são uma mistura de Lair Ribeiro com Charles Dickens. História Egípcia então é só frenesi..

“A palavra é mais difícil do que qualquer trabalho, e seu conhecedor é aquele que sabe usa-la a propósito. (...) Não tires nem acrescentes uma palavra sequer. N/ao coloque uma delas no lugar de outra.”

“Sê um artista da palavra, para seres potente. A língua é a espada do homem... O discurso é mais forte do que qualquer arma.”

Ptahhotep (2450 a.C.)

“Quem deixa a escola com gritos de alegria, seu nome será efêmero.”

“Eis que não existe uma profissão sem que alguém dê ordens, exceto a de escriba, porque é ele que dá ordens.”


Kemmit (XXI a.C)

“(...) Sê escriba, fixa isto no teu coração para que o teu nome se perpetue como os teus livros: um livro é melhor que uma estela incisa, melhor que um muro firmemente construído. Um livro é melhor que uma casa construída, melhor que um túmulo no Ocidente. (...) Também, após o seu desaparecimento, a sua potência mágica, lida num ensinamento, pertence a todos...”

(19ª Dinastia / XII –XI a.C.)


A tendência é grande parte disso ir pra minha pele. Na escrita original, claramente.


segunda-feira, março 3

A metáfora dos romances nos passeios de Enterprise


Hoje fui ao parque com o Vince, pra comemorar meu aniversário com ele, só ele, que me deu parabéns dormindo, que me acordou 10 vezes pra seguir me parabenizando e passou o resto do dia inventando músicas de aniversário, uma melhor que a outra.

Enquanto no parque, me lembrei de um momento há muitos anos, nesses parques toscos de praia, acredito que em Ubatuba (onde minhas amigas tinham casa, porque nunca tive casa na praia).

Estava eu, com umas amigas, na fila da Enterprise. O nome não deveria ser esse, mas eu chamo assim por causa do original do Playcenter/SP – aquela cápsula que cabem duas pessoas, uma ACOPLADA à outra, e que gira gira gira gira muito forte em sentido vertical desafiando a gravidade several times.

Voltando, estávamos na fila, e eu conheci esse rapaz que foi um dos únicos dois, sei lá, três loiros da minha vida. O nome dele era Sasha, e a família era toda russa. Entre dez minutos de fila e piadas ele me convidou pra ir com ele e deixar minhas amigas. Olhei para um lado, pro outro, amigas ou o Thor, uma dúvida.
– Aham!

E a Enterprise decolou. Acho que aquilo durava uns cinco minutos no máximo, esse aparato é muito mortal, cena clássica da minha infância no Playcenter era sentar no banco que ficava na frente do brinquedo e contar quantos saíam direto pra deixar o almoço nas latas de lixo das redondezas. Eu nunca vomitava.

Nos momentos que estávamos lá, girando, o mundo apagou, só se via um feixe de luz da cidade de um lado, e a escuridão do mar do outro. Eu não via nada, eu beijava como se nunca mais fosse vê-lo de novo. O que de fato, era verdade. Ali mesmo eu havia decidido que não o veria de novo, porque qualquer coisa além daquela situação insólita, deixaria de ser especial.

O passeio acabou, nos despedimos com abraços e sorrisos, e um até mais completamente improvável, já que ninguém tinha pedido telefones e essas coisas práticas da modernidade (ainda não existia internet).

Não sei por que isso me veio à mente aos 28 do primeiro tempo. Talvez seja uma amostra que eu ganhei aos 13 anos de como seriam todos os meus relacionamentos.

Eu gosto mesmo é da Enterprise. Nada menos.

sexta-feira, fevereiro 29

“Reza a ASTROLOGIA que aos 28 anos de idade, retorna o sexto planeta à exata posição em que se encontrava no dia do nascimento de qualquer ser vivo. O acontecimento traz um quê de CAOS interno, já que o titã PLÚMBEO papa-filho figura na selva semiótica como símbolo transformador NEFASTO - e, por que não ousar dizer? - FUNESTO.

No meio de todo esse fuzuê mitológico e interplanetário, ainda rola aquele velho papo de que, a cada sete anos, TODAS as células do corpo de uma pessoa são substituídas por outras NOVAS, potencializando a desordem já instaurada milhões de quilômetros acima de nossas pobres cucas.
E, bem, caso você não saiba matemática, 28 = 7 x 4, ou seja: estou no QUARTO ciclo.”

Que dureza hein... e dá-lhe Dreher pra chegar na segunda-feira.

*Excerto do novo blog do velho Cardoso.

quinta-feira, fevereiro 28

ONCE

Just saw it. Eu queria botar uma imagem aqui, mas nenhuma imagem é capaz de ilustrar a música. Já no sentido contrário, a música ilustra qualquer coisa.

Quem conseguir assistir sem derrubar uma lágrima é um bastardo filho da puta.

Mentira. Poucos entenderão.

O fato é que a partir de When your mind is made up o meu quarto inundou até os créditos.

Life is so sad, já diria meu amigo John.
Obrigada inferno astral, obrigada 28, obrigada Glen e Marketa.

segunda-feira, fevereiro 25

Eu já sabia!

Ontem eu assisti o Oscar como a maioria das pessoas fez, e estava achando ridículo aquelas canções do Encantada serem indicadas, quando o Glen Hansard, aquele sósia do vocal do Simply Red, subiu no palco com a mulher, Marketa Irglova, e arrasou com a melhor música, melhor cenário, e melhor violão.

Até aí eu não tinha associado o nome à pessoa, quando o Rubão (Ewald Filho) falou que ele era o vocalista do THE FRAMES. Daí tudo fez sentido.

Eles têm trocentos álbuns, todos quase impossíveis de se achar na rede, mas eu conheci a banda na trilha de On the Edge, um filme irlandês absurdamente demais com o Cyllian Murphy (gato) e trilha original composta só de bandas irlandesas com a exceção da melhor-música-de-todos-os-tempos e catarse do filme A Town Called Malice, do The Jam. Desde então, eu comecei a pensar que a Irlanda é o futuro.

Pelo que eu percebi, a trilha do Once ganhou 2 Grammys também. Isso é o que eu falo sobre o Grammy ainda ter sim, muita credibilidade. Eles sabem quem fica pra história (mesmo quando é ruim).

Agora o lance é assistir Once, com a certeza de que é um baita filme e que já devo ter visto esse filme algumas vezes na vida...e chorar, porque se só assistindo eles tocarem ontem eu me lavei, imagina no contexto.

E como o Glen disse no seu discurso:

Make art. Make art.

Now Playing > Seven Day Mile – The Frames




sexta-feira, fevereiro 22

BBB

eu não assisto, mas a coroa passa o dia inteiro olhando o pay per view, então já vi gente chorando (quase todo dia), gente brigando e principalmente gente falando tudo errado.

ela tava contando que o Rafinha é verdureiro, desses que acordam as 5 da manhã. o Rafinha, aquele mais agradável, dá pra acreditar? e toca em barzinho à noite. comecei a achar que existe algum sentido nessa edição.

*

A idéia é deixar isso aqui cada vez mais abandonado e só postar observações mundanas.
Se alguém quiser me ajudar, poste aí nos comentários os discos que você conhece que foram feitos à base de heroína.



Frusciante não vale, DUH.

terça-feira, fevereiro 12


Quero deixar bem claro que lutei contra isso. Mas agora é tarde.
Incrível, quando você pensa que a ficção já inventou heróis pra todos os tipos de pessoa, surge um feito sob medida.
I'm Damaged.

quinta-feira, janeiro 31


Eu quero morrer chapada escutando Eletric Ladyland.
(se tiver sexo melhor)
(com o John então...)

1 ...And the Gods Made Love
2 Have You Ever Been (To Electric Ladyland)
3 Crosstown Traffic
4 Voodoo Chile
5 Little Miss Strange
6 Long Hot Summer Night
7 Come On, Pt. 1
8 Gypsy Eyes
9 Burning of the Midnight Lamp
10 Rainy Day, Dream Away
11 1983... (A Merman I Should Turn to Be)
12 Moon, Turn the Tides...Gently Gently Away
13 Still Raining, Still Dreaming
14 House Burning Down
15 All Along the Watchtower
16 Voodoo Child (Slight Return)

só pra lembrar a última vez que me apaixonei.