sexta-feira, novembro 25























já relaxei.
nada como parir de vez em quando.

surto.

eu, na minha lerdeza natural, nunca prejudiquei ninguém. e se por algum acaso eu me boicotei alguma vez, não lembro de ter sido traumático.

agora, se tem uma coisa que eu odeio, são pessoas sem comprometimento, que não cumprem prazo, que não estão nem aí pra nada além do próprio indivíduo. mesmo sabendo que vão ser recompensadas por aquilo.

quem vive atrasado que é descartável.

quinta-feira, novembro 24

Era pra estar na minha "ilha de edição", transformando AVIs em DVDs, mas falta a presença do meu tutor para esses assuntos, então um breve "hello" não faz mal.

Retrospectando, Vitor Ramil é o melhor músico do Brasil. Ponto. Não adianta eu fazer uma resenha de um show só de milongas, tem que entrar no clima. Descobrir o que reside na alma dos "gauchos" (sem acento) e dos habitantes de Porto Alegre.

"Minha guitarra, companheiro
Fala o idioma das águas, das pedras
Dos cárceres, do medo, do fogo, do sal
Minha guitarra
Tem os demônios da ternura e da tempestade
É como um cavalo
Que rasga o ventre da noite
Beija o relâmpago
E desafia os senhores da vida e da morte
Minha guitarra é minha terra, companheiro
É meu arado semeando na escuridão
Um tempo de claridade
Minha guitarra é meu povo, companheiro "

(Semeadura - Fogaça/Ramil)

***

Fui na festa mais bizarra da minha vida, tinha vídeos de cachorros tomando leite rolando. Tinha baratas no pátio do respiro (tá virando tradição esse lance de pátio do respiro, ouvi dizer que o Beco vai ter um qualquer hora, êêê), tinham pessoas com quem eu discutia Antonin Artaud. Lotada de mods (socorra!). O que me salvou foi o vídeo de Looking for a Kiss, do New York Dolls, o tempo parou, sabe. Nunca tinha visto os "bonecas" em ação, emocionante. Fiquei querendo uma bota igual do Johansen.

***

Minha coluna lombar fudeu, fudeu. Inflamação geral, fisioterapia e drogas. Será que algum dia essa carcaça vai conseguir passar pelo menos alguns meses sem maiores problemas?? Nunca vi, puta merda.

No post seguinte, estarão as informações pras próximas super dupper hiper lipper Poa Róque Town.


sexta-feira, novembro 18


Daniela Ribeiro comenta Tudo Acontece em Elisabethtown, de Cameron Crowe (o quinto homem do Led Zeppelin)

You're the feeling of hurting
More is what
I'm asking for
Little lies cross overboard
Wait for the crying
Love to aim at besides
Lever pulled
Go where you are little pond
Never be seen by your saw
We'll work it out
Now the feelings are right where you saw
Forever is right where we were
Never be clean
Lever pulled
Be where you are

(Lever Pulled – John Frusciante)

(Música que estaria no meu mapa/cd, caso eu fosse a Claire, e Drew estivesse cruzando a Califórnia, pós cena do "Fiasco".)

Não escrevo nada clínico, então ESQUEÇAM esse DETALHE. E parto do princípio que é um filme pra pessoas completamente abaladas pela "velocidade do som".

*

Pra nos situarmos, Elisabethtown está no ponto em que Singles parou. Almost Famous fez um retrocesso necessário, pra que fique bem claro de onde Cameron saiu, e o que ele tem a dizer. Mas o novo filme retorna ao presente, pra passar a limpo o que aconteceu com a geração dessa década, a nossa geração, que chegou à fase "adulta".

A película é uma sucessão de sarcasmos e verdades doídas jogadas na nossa cara. Comédia Romântica? Esse é o detalhe que eu chamaria de comercial.

É a vida por si mesma, engatando a primeira no fim do século XX, rumo ao século XXI.

Cameron exagera o tempo todo, mas a intenção não é ser caricata, ou ser caricata o suficiente pra que o telespectador observe os marcos, digamos, antropológicos da história.

Não podia começar diferente. I´M A LOSER BABY! SO, WHY DON´T YOU KILL ME? Um perdedor, descartável para o macro, devastado para o micro (trocadilhos hãn). A dificuldade absurda que é se inserir numa profissão decente, que traga um pouco de grana e reconhecimento. O quanto o indivíduo perde tempo e desgasta a sanidade tentando ser alguém na vida, competindo, competindo, competindo. E como a queda é fulminante!

Fulminante. Como se alguém da família morresse da noite pro dia. Família essa que o nosso herói colocou de lado, cometendo o erro clichê de tentar crescer fora de casa pra ganhar orgulho e respeito. Não conseguiu, e só vai conseguir quando volta ao núcleo. Clássico, mas nunca é demais reiterar isso. Seja com pipoca ou na Europa.

E do nada surge aquela pessoa que é chata pra caramba e a ânsia de se livrar dela vai se potencializando, até o momento que se percebe que ela é a única que te dá atenção.

O melhor assunto expressado no filme, na minha opinião, é a questão dos Substitutos.

"Substitute your lies for fact
I can see right through your plastic mac
I look all white, but my dad was black
My fine looking suit is really made out of sack"

(Substitute - The Who)

Porque um substituto não é uma classificação, é uma condição. É o que mais vamos ser e exigir ao longo dos dias. Desses dias em que tudo é efêmero, casual e descompromissado. Dias em que é tão difícil manter qualquer relacionamento, amoroso ou não. Os relacionamentos estão em decadência, e poucos conseguem ser promovidos da substituição. Levante a mão, quem ainda acha que esse quadro não é consequência da política economicamente aplicada desde os tempos da Revolução Industrial. Nossos ditadores destruindo vínculos e nos tornando uma sociedade mais confusa e descartável, era questão de tempo pra que o público se refletisse no privado.

De nada vale toda essa análise, porque o que eu senti mesmo nas cenas em que isso foi abordado, foi uma profunda angústia.

Seguindo em frente, Cameron nos dá a pintura da típica família de interior americana, tios e tias sem noção, conservadores, kitsch até o último fio de cabelo, e os nossos coadjuvantes prediletos, Jessie e o seu filhote.

Por mais antagônicos que possam parecer, Jessie (Paul Schneider) e Drew (Orlando Bloom) acabam se solidarizando pelo fracasso. Mais um soco nos republicanos de merda, mostrando que tanto faz vestir um terno ou usar cabelão, os tombos e frustrações são semelhantes. O sentimento é o mesmo quando se perde a perspectiva. A diferença é que os músicos, ou artistas em geral, são bestas e não deixam de acreditar. Acho que a idéia do diretor era fazer Jessie ensinar como ser "besta" pro Drew. A retribuição veio em seguida, com ajuda da substituta.

Hollie Baylor, provavelmente um dos papéis Top 5 de Susan Sarandon, transcende. Não há o que falar sobre ela, além de ser mais um personagem que ilustra a realidade contemporânea. Hollie é a Redenção, a catarse do filme, qualquer relação com o nome dado a ela não deve ser mera coincidência.

Confesso que a cada cena da Claire (Kirsten Dunst), eu me surpreendia, e surpreendia, e surpreendia. Não culpo os barbados por saírem do cinema desejando uma Claire. Exagerando, ou não, digo que é a personagem mais bem idealizada de qualquer história que eu conheço. Ela é chata, é autônoma, é fantástica, é imprevisível, é viajandona e viajada e é roqueira, tudo no mesmo lugar. Benzadeus. O Mapa!

A porção road movie do filme foi bem "the way I like it". O fato da música não rolar como tema panorâmico e sim como participante da história é um deleite. Acho que isso eu só vi lá atrás, no Vanishing Point (Richard Sarafian - 1971), que deixou a marca da dupla dinâmica Kowalski e Super Soul (um no Camaro 67 fudidão, e o outro no rádio tocando só as confirmadas da black music, respectivamente) pra sempre na minha vida.

A trilha sonora do filme me deixou louca, eu NÃO CONHECIA muita coisa, mas tudo bem, porque a maioria era bem "prole" do Neil Young. E, IN PAPAI YOUNG WE TRUST. Houve também mais uma enxurrada de Elton John, pra alegria da geral, e uns Tom Petty e até Ryan Adams. Depois que Tiny Dancer virou hino, Cameron ficou esperto e botou o hino do filme mais pra finaleira. Aconselho uma passada no site, pra quem gostou das músicas poder esclarecer a origem da maioria: http://www.elizabethtown.com/home.html

Concluindo, digo que o maior mérito do filme foi a apoteótica mudança de humores, de maneira drástica algumas vezes. É conseguir enxugar a lágrima e dar uma gargalhada (ou vice versa), é ficar satisfeito e acontecer uma desgraça, é se inserir na demência e ser racional em seguida.

É pra ver no cinema.

Depois compre os DVD´s de Singles, Almost Famous e este, quando lançar (alguém aí me explica porque roqueiros adoram trilogias?). E guarde bem pra mostrar pro seus filhos.
Semana dos grandes shows cults (de verdade)

Quinta (17.11)

Já que não pude ver o Sebastian Bach, porque ele queria minha alma, ele queria um ingresso de 60 reais, SESSENTA. E já passou a época que eu dava minha alma pro Skid Row, pro BEZZZ sozinho então nem se fala. Quem quiser ver como o rapaz está no fim da carreira dá um look no fotológue da Baby Doll, e veja o Doutor todo orgulhosão com o “loro” .

(nesse instante lembro de um funk do Tetine, “ele é loro, ele é muito bonito, cruzo cm’ele todo dia, na escada do ofício(...)arrepia o corpo todo e detona o seu míssil(...)rebola, rebola o popozão / rebola, rebola o minhocão(...)[sample de Billie Jean incidental]”, enfim, procure ouvir, é um clássico)

Voltando, já que eu não vi o “loro”, fui ver o Pingüim Elfman (redundante?), mais conhecido como Arthur de Faria, o locutor da Pop Rock, para muitos; o grande músico, arranjador, compositor e maluco, para poucos. Ele se apresentou no Ocidente, com o seu Duo Deno. Calma, é o nome do duo, ops, do quarteto que era duo, que o rapaz lidera.

Abriu pra eles a banda Relógios de Frederico. Depois de algum par de horas esperando (e decidindo fundar a comunidade no orkut “inauguradores de festa”; é, eu e Jules somos desse tipo que chega cedo), os Relógios entraram no “palco” do Oci e nos manteram boquiabertos por mais quase uma hora.

Não dá pra dizer que é experimentalismo, porque eles sabem o que estão fazendo. Então pense numa banda com guitarra, baixo, bateria (MONSTRA!), dois saxofones e uma flauta transversa. Não é Los Hermanos, pense que eles tocam esses instrumentos até o grito, “at maximum volume”. E vestidos com camisetas de times futebolísticos. E narrando gols.

A definição que me veio a cabeça foi: Uma banda que se juntou pra fazer a trilha sonora do Fever Pitch (aquele livro do Nick “Hi FI” Hornby, que virou uma bosta em mãos cenográficas erradas), PORÉM com direção do David Lynch (dispensa apresentações), e produção do Angelo Badalamenti (A Estrada Perdida).

Não sou usuária de ácido. Mas investiria nesse filme.

Quando já estava babando começa o Duo Deno. Eu já havia visto o show uma vez, foi um pouco mais forte eu diria. O Arthur é um gênio, da raça dos gênios que eu mais odeio. Os que chafurdam as feridas femininas, os que tiram a casquinha bem devagar pra ver o sangue vertendo. Odeio, porque me seduz na primeira frase.

Mesmo fazendo releituras de músicas já registradas, consagradas e afins, ele consegue usar a mesma roupa em diversos bailes e ainda ser chique. Deu pra entender?

Adoniram Barbosa, Raul Seixas, Lou Reed e até Caetano Veloso. O Arthur não mudou o sentido de nenhuma, mas potencializou, todas as letras, todas as melodias e todos os desesperos.

É um show que termina. E começa a tocar no playback “Dois Barcos”, e o QUATRO todo do Los Hermanos. Pare pra pensar.

Aponta pra fé, e rema, meu filho. Rema, que o barco vai longe.

“É, pode ser que a maré não vire
Pode ser do vento vir contra o cais
E se já não sinto teus sinais
Pode ser da vida acostumar”

(Dois Barcos – M. Camelo)


Amanhã o barco segue com Vitor Ramil e o show novo. Volto pra contar.

“eu vou lá
que andar é reconhecer
olhar
eu preciso andar
um caminho só
vou buscar alguém
que eu não sei quem sou”

(Primeiro Andar – R. Amarante)

quarta-feira, novembro 9

queria escrever algo hoje. só porque assisti Easy Rider de novo.

só que comecei a ouvir Damien Arroz, de novo.
daí que não tem mais nada.
meu melhor texto tá aí embaixo.

deixa eu fazer cumprir depois eu volto.

mas, damn it! o que É essa melodia! queria muito muito muito muito tê-la composto. só o compasso do "tell it like you still believe" já me realizava como instrumentista.

odeio quando eles falam comigo, e só tem eu por perto pra comprovar.

segunda-feira, novembro 7

Homenageando minha mais nova obsessão (atrasada mil anos, as usual)

AMIE
(d. rice)

Nothing unusual, nothing strange

Close to nothing at all
The same old scenario, the same old rain
And there's no explosions here
Then something unusual, something strange
Comes from nothing at all
I saw a spaceship fly by your window
Did you see it disappear?
Amie come sit on my wall
And read me the story of 'O'
Tell it like you still believe
That the end of the century
Brings a change for you and me
Nothing unusual, nothing's changed
Just a little older, that's all
You know when you've found it
there's something I've learned
'Cause you feel it when they take it away hey hey
Then something unusual, something strange
Comes from nothing at all
But I'm not a miracle and you're not a saint
Just another soldier on a road to nowhere
Amie come sit on my wall
And read me the story of 'O'
Tell it like you still believe
That the end of the century
brings a change for you and me
Amie come sit on my wall
And read me the story of 'O'
Tell it like you still believe
That the end of the century
brings a change for you and me

******


Eu sei que quando não acontece nada, tudo parece mais vazio. Mas é impressão sua, Amie. Olha só o que você fez, a fé que você trouxe, e nos fez acreditar. Hoje eu acredito por sua causa, minha amiga.

Vem cá, senta aqui comigo, vamos olhar um pouco pro céu e ver o que acontece, as nuvens se formando assim, se juntando assim, acinzentando o céu e chorando suas tristezas. A tristeza é um pouco ilusão sabe, ela passa e a gente nem percebe. Nem existiu.

Ela vai escoando, devagarinho, e a gente vai enxergar aquele brilho de novo.

Sabe aquele livro que você deixou de ler? Então, vai lá e assopra a poeira. Chegue até o fim, as obras inacabadas nos frustram tão mais quanto os finais que decepcionam. Um final é sempre uma satisfação, ou um alívio. Permita-se interpretar! Não deixe pra mais tarde, ou pra nunca mais.

Olha pra cima. As nuvens, Amie, elas gritam por atenção, não passam despercebidas. Elas são como nós, ninguém passa despercebido. Aproveita e chora também, porque o pranto das nuvens vai dissolver o seu, e quando acabar, a gente fica leve e desliza com o vento.

Alguma vez eu te deixei pra baixo, minha amada? Me desculpa, por favor. Porque se você não me perdoar, eu terei que carregar isso pra sempre, não saberei que foi um erro, e vou repetir e magoar mais pessoas. Não quero ser alguém que magoa e segue em frente impune. Briga comigo, me dá um tapa de alerta, mas deixa uma vaga pra eu te fazer sorrir em alguma outra hora.

Esse muro não é muito forte, sabe? Olhando daqui tudo parece mais simples. Mas se ficarmos sentados apenas, as outras vidas nos parecerão tão mais fartas. E esse muro, ele vai ruir.

Vamos caminhar e deixar que os outros nos observem também? Eu sei que você gosta desses sapatos, mas quem sabe, de repente, descalços a gente possa sentir mais coisas. Vamos nos descalçar e viver isso, por minutos, assim, à flor da pele?

Que bom que você aceitou, viu? Não é difícil.

É verdade que às vezes machucam os pés, fica complicado de andar, até sangra se o passo for mais firme. Mas isso acontece quando estamos inseguros, meu amor. Preste atenção e perceba que é o solo que está debaixo de ti, e não o contrário. Entendeu essa?

Tem mais uma coisa que é muito importante, preciso lhe dizer:

Amie, quando você abrir os olhos, talvez possa se assustar, ou não. Você entende tudo como ninguém.

É, tem um lago aí na nossa frente, e ele nos reflete. Os pés meio machucados, as roupas um pouco puídas, os cabelos desgrenhados (você gosta assim, não é?). Mas somos nós, Amie. Somos nós. Essa multidão de pessoas em uma só.

domingo, novembro 6

you can´t hurry blog

Então nem divulguei a festa. foi legal, meio fraca, mas sonoramente perfeita. é o que vale.

Sim, o furacão..ele devia ter o nome de Róque Town, eu acho. Até porque ele quase levou o evento embora.

Aqui na rua rolou surf de árvore, minha área de serviço inundou (moro no sexto andar), e o elevador ainda está quebrado, ele funcionou por algumas horas, e eu tive a experiência de andar num elevador pós-molho. Assustador.

Eu ia escrever algo importante e esqueci.

É o astral dos últimos dias.