sexta-feira, novembro 18

Semana dos grandes shows cults (de verdade)

Quinta (17.11)

Já que não pude ver o Sebastian Bach, porque ele queria minha alma, ele queria um ingresso de 60 reais, SESSENTA. E já passou a época que eu dava minha alma pro Skid Row, pro BEZZZ sozinho então nem se fala. Quem quiser ver como o rapaz está no fim da carreira dá um look no fotológue da Baby Doll, e veja o Doutor todo orgulhosão com o “loro” .

(nesse instante lembro de um funk do Tetine, “ele é loro, ele é muito bonito, cruzo cm’ele todo dia, na escada do ofício(...)arrepia o corpo todo e detona o seu míssil(...)rebola, rebola o popozão / rebola, rebola o minhocão(...)[sample de Billie Jean incidental]”, enfim, procure ouvir, é um clássico)

Voltando, já que eu não vi o “loro”, fui ver o Pingüim Elfman (redundante?), mais conhecido como Arthur de Faria, o locutor da Pop Rock, para muitos; o grande músico, arranjador, compositor e maluco, para poucos. Ele se apresentou no Ocidente, com o seu Duo Deno. Calma, é o nome do duo, ops, do quarteto que era duo, que o rapaz lidera.

Abriu pra eles a banda Relógios de Frederico. Depois de algum par de horas esperando (e decidindo fundar a comunidade no orkut “inauguradores de festa”; é, eu e Jules somos desse tipo que chega cedo), os Relógios entraram no “palco” do Oci e nos manteram boquiabertos por mais quase uma hora.

Não dá pra dizer que é experimentalismo, porque eles sabem o que estão fazendo. Então pense numa banda com guitarra, baixo, bateria (MONSTRA!), dois saxofones e uma flauta transversa. Não é Los Hermanos, pense que eles tocam esses instrumentos até o grito, “at maximum volume”. E vestidos com camisetas de times futebolísticos. E narrando gols.

A definição que me veio a cabeça foi: Uma banda que se juntou pra fazer a trilha sonora do Fever Pitch (aquele livro do Nick “Hi FI” Hornby, que virou uma bosta em mãos cenográficas erradas), PORÉM com direção do David Lynch (dispensa apresentações), e produção do Angelo Badalamenti (A Estrada Perdida).

Não sou usuária de ácido. Mas investiria nesse filme.

Quando já estava babando começa o Duo Deno. Eu já havia visto o show uma vez, foi um pouco mais forte eu diria. O Arthur é um gênio, da raça dos gênios que eu mais odeio. Os que chafurdam as feridas femininas, os que tiram a casquinha bem devagar pra ver o sangue vertendo. Odeio, porque me seduz na primeira frase.

Mesmo fazendo releituras de músicas já registradas, consagradas e afins, ele consegue usar a mesma roupa em diversos bailes e ainda ser chique. Deu pra entender?

Adoniram Barbosa, Raul Seixas, Lou Reed e até Caetano Veloso. O Arthur não mudou o sentido de nenhuma, mas potencializou, todas as letras, todas as melodias e todos os desesperos.

É um show que termina. E começa a tocar no playback “Dois Barcos”, e o QUATRO todo do Los Hermanos. Pare pra pensar.

Aponta pra fé, e rema, meu filho. Rema, que o barco vai longe.

“É, pode ser que a maré não vire
Pode ser do vento vir contra o cais
E se já não sinto teus sinais
Pode ser da vida acostumar”

(Dois Barcos – M. Camelo)


Amanhã o barco segue com Vitor Ramil e o show novo. Volto pra contar.

“eu vou lá
que andar é reconhecer
olhar
eu preciso andar
um caminho só
vou buscar alguém
que eu não sei quem sou”

(Primeiro Andar – R. Amarante)

Um comentário:

Mauren Veras disse...

eaê, queridona!
pois é... de repente me jogo pra trás do balcão e lasco um mojito pros mais bróder, né?
:]

bisou bisou.

[amoamoamo o jack skellington]