quarta-feira, dezembro 5

Acreditando cada vez mais no capitalismo (bem como era previsto pelos professores do colégio)

Essa semana prometia ser uma boa semana ilustrada. Ilustrada no sentido de elevação da mente e intelectualismos. Mesmo a mega falência das minhas vias respiratórias não me desanimou. Até hoje.

O encerramento do Unimúsica (shows relacionados com determinado tema) da UFRGS vai ser com o Vitor Ramil. Bem, eu não acompanho os projetos culturais da UFRGS (tanto que não iria em nenhum dos outros shows deste projeto em particular), mas acompanho o Vitor mais do que ele mesmo deve acompanhar o Grêmio. Verdadeiro “com o Vitor, onde o Vitor estiver”.

Semestre passado, eu iniciei uma pesquisa para um artigo sobre identidade gaúcha e a música popular contemporânea (do Sul). Vitinho de La Mancha entra nisso com a Estética do Frio e a pesquisa ficou tão legal que eu pretendo continuar. Esperar sair o Satolep (segundo romance do cantor, que segundo ele, a Cosac tá enrolando pra lançar), analisar o Satolep Sambatown (novo disco, que segue a evolução e o caminho natural da tal Estética) e fazer algumas entrevistas. É justamente aqui que eu queria chegar...

O show de amanhã - “Na linha de Barbosa Lessa” – vai ser curiosíssimo, porque Vitor vai (ter que) cantar músicas que representam tudo o que ele tentou superar com a Estética, aguardo ansiosamente, principalmente os comentários. Ah! Os comentários...

O fato é que hoje, véspera do show, TERIA na rádio da UFRGS uma entrevista com o artista, falando justamente sobre esse assunto. Música gaúcha e a sua produção própria, ou seja, meu objeto de pesquisa.

Chego lá, tranqüila e serena, porém angustiada com a dor de garganta. Muito cedo, tomo um café na lanchonete dos arquitetos. O café é ruim, a torta de limão é terceirizada, mas vale a pena, e os dois saem 0,10 mais baratos que na PUC-RS.

Me dirijo para a rádio, o segurança na porta me olha com aquele ar de quem está sempre boiando e só reproduz o que lhe aplicam. “Olá, eu vim pra entrevista no auditório”. “Que auditório?”. “O da rádio, onde terá a entrevista do Vitor Ramil”.

“Ah! Esse aí? Foi cancelado, a rádio saiu do ar..”

Saiu do ar. A rádio saiu do ar e eles cancelam uma entrevista desse naipe só porque era ao vivo? Nenhum sentido. Eu havia ligado à tarde para dar o nome de mais uma amiga, e me disseram que já havia umas 15 pessoas (cabem 17 no auditório). Estava tudo ok até as 15.30 hs e de repente tudo é cancelado pq a rádio sai do ar. Ainda cheguei em casa e liguei a rádio pra ver se era verdade, e era.

Mas que CARALHO! É uma rádio AM !!! ÁH – EME !!! Quem escuta a porra de AM além dos estudantes engajados de jornalismo e taxistas? A entrevista seria muito mais relevante pras pessoas que foram assistir do que pra uma merda de rádio AM...

O entrevistador, Sr. Juarez Fonseca, é praticamente o Legs McNeil, se não o Cameron Crowe, da música popular produzida no RS. Era pra ser um acontecimento histórico, um fato que seria eternizado (pelo menos através da minha pesquisa). Dois mestres contra o tradicionalismo instituído batendo um papo sobre o demônio. Eles cancelaram, a rádio da UFRGS saiu do ar.

O máximo que vai acontecer são as impressões subjetivas de amanhã. Subjetivas. Eu estarei emocionada e nada vai funcionar empiricamente. A zero por hora. Pelo menos quando a gente paga por algo, sobra o consolo de pedir o dinheiro de volta.

Um comentário:

Unknown disse...

Penso que o que está em questão não é o capitalismo. Já descobrimos
que ele não é o demônio. Em certas ocasiões é, ate mesmo, utilizado com sapiência. óhhh
A rádio da UFRGS recebe uma quantia em dinheiro - para modernizar seus equipamentos, por exemplo - o que, quem sabe, colaboraria para não "sair do ar" na entrevista ao vivo do Ramil. Tudo neste nosso mundo é capitalista. Infelizmente não vivemos em uma comunidade hippie. (espero que ninguém cometa um suicídio ao descobrir isso)
O grande problema das organizações do Brasil, sejam públicas ou privadas, capitalistas ou não é a falta de organizão.
Prefiro caracterizar esta "balbúrdia" como PREGUIÇA, falta de iniciativa. A grande maioria das vezes esta crítica é direcionada para os Diretores e cargos de alto escalão. Não podemos excluir totalmente os estudantes, estagiários e funcionários de cargos "menos favorecidos" que "salvam a pátria", "erguem a firma", porque existe uma parcela deste segmento que apenas "batem ponto" em suas funções.
O que falta para a rádio da UFRGS é organização. Hoje em dia para im tudo é uma questão de LOGÍSTICA.
E a pergunta que faço é: como eles fazem isso sem o mínimo constrangimento?? Desmarcar algo que foi anunciado na rádio?
Precisamos colocar a boca qdo uma falta de respeito desta acontece. O mínimo era manter a entrevista. A não ser5 que o problema não era na transmissão da rádio.. Vai saber.
Tu tinhas que confirmar presença, mas eles te avisaram que a Rádio saiu do Ar? Tu te deslocaste até lá em vão??
Reclama, manda e-mail, post no blog, grita na janelaaaaa, e-mail p o Reitor, Diretor da Rádio!!!
DEVEMOS APRENDER A RECLAMAR.
(manda um texto p uma jornalista p ver o que acontece, ela fala, fala, fala, fala... Comenta até o texto q ele esta respondendo)hihihi
PS. A rádio ÁH - AME, meu anjo, tem mais ouvintes do que a FM. MUITO MAIS! Não só estudantes de jornalismo e taxistas. Em inpumeras localidades do RS, por exemplo, nem a Globo chega (ufa né, sabemos que Globo, RBS e Zero Hora mentem, huahuahua). Apenas a ÁH- EME. O alcance das suas antenas (não sei se é o caso da da UFRGS) é mto maior do que as Frequências Moduladas (ÉFE- EME). Não te desfaz deste aparelho obsoleto. Podes precisar dele um dia...
PS2. Putzzz... Meu mp3, pen drive, rádio, escova de dentes e colar "último grito" só tem FM. Vou passar a carregar meu rádio de ir no jogo na bolsa.
PS3. Não aceito o argumento que notícias não servem para nada, que só tem matéria ignorante nas emissoras de comunicação. Ignorância é não se interar do mundo em que vivemos !!!
(pronto, a Dani me vai me jogar uma pedra)
E EU AMO FUTEBOL !!!
TCHAU CURÍNTIAS !!! heheh