segunda-feira, dezembro 11

“(...) A culpa não é verdadeiramente do público. Este nunca recebeu, em época alguma, uma boa formação. Está constantemente pedindo à Arte que seja popular, que agrade sua falta de gosto, que adule sua vaidade absurda, que lhe diga o que já disseram, que lhe mostre o que já deve estar farto de ver, que o entretenha quando se sentir pesado após ter comido em demasia, e que lhe distraia os pensamentos quando estiver cansado de sua própria estupidez. A Arte nunca deveria aspirar à popularidade, mas o público deve aspirar a se tornar artístico.(...)”

(O.W. – A alma do homem sob o socialismo)

Oscar Wilde elucidando as conclusões a que chego, depois de quase 2 anos lutando pra trazer educação aos ouvidos das pessoas.

É a ele que presto minha homenagem no final desse ano. Que pretendo encerrar com a leitura do De Profundis (e não dormir sobre ele na cama, o que aconteceu na última noite).

Permita-me dizer que Oscar foi o único que falou sobre o meu caminho estar certo, e que não devo desviar a nenhum custo. Nem que tenha que fazer alguns sacrifícios.

A Arte não tem limites, não é uma linha reta e não se pode andar sobre ela. Só produzir, observar e sentir o efeito que ela causa sobre cada um de nós, sem pré-conceitos.

“(...) Ah, mas se a sua vida não tinha qualquer motivação! Uma motivação é um objetivo intelectual e você tinha apenas apetites. Que você era “muito jovem” quando a nossa amizade começou? Mas se o seu mal não era que soubesse tão pouco sobre a vida, mas que soubesse tanto! Ao me conhecer, já havia deixado pra trás o amanhecer da infância com seu delicado viço, sua luz pura e clara, sua alegre inocência tão plena de esperanças. Com passos rápidos e apressados, havia passado do Romance ao Realismo. O esgoto, e tudo o que nele vive, já tinha começado a exercer sobre você o seu fascínio.(...) O verdadeiro tolo, de quem os deuses zombam e a quem tentam destruir, é aquele que não conhece a si próprio. Durante muito tempo eu fui um deles. Você também: deixe de sê-lo. Não tenha medo. O supremo pecado é a superficialidade. Tudo que é realizado é certo.(...)”

(O.W. – De Profundis)

*

Eu ando citando mais e escrevendo menos, é uma verdade. Mas isso faz parte do aprendizado. Observar.

3 comentários:

Comentarista Abalizado disse...

Sobre o Budismo e a Igreja Católica Apostólica Romana, tenho bons motivos para gostar do primeiro, entretanto, meus maus motivos fazem com que eu tbm goste da segunda. Tudo em mim que é liberal, tolerante, a vontade, me leva ao budismo, tudo em mim que é conservador, repressor, hierarquico, me leva ao catolicismo... Mas, sim, não é só a Igreja Católica que tem belos rituais, os deles são apenas mais conhecidos no Brasil, além de costumeiramente se prestarem a uma seriedade pouco interessante, que não leva à boa reflexão...

Comentarista Abalizado disse...

Quanto a arte, concordo plenamente com o escrito. Não culpa do povo gostar de coisa ruim, é culpa do artista fazer coisas ruins para o povo. O artista se curvando ao gosto popular acaba perpetuando o círculo vicioso do mau-gosto... Se todos envolvido com a arte, principalmente as mais acessíveis como televisão, música, se preocupassem com qualidade, genialidade, brilhantismo, estou certo de que o nível da sociedade se elevaria... Isto, ao menos, até que algum aproveitador surgisse com a brilhante idéia de explorar a estupidez humana... Este espertinho, enquanto fosse único, tornar-se-ia rei das massas... E lastimavelmente suponho que os outros, por vaidade e inveja do sucesso alheio, tenderiam a voltar aos níveis rasos exigidos por aqueles que não receberam informações suficientes para que sejam capazes de discernir entre o bom e o péssimo.

Comentarista Abalizado disse...

Sim, acordei tcndo como uma metralhadora!