Horas-zumbi zapeando a tv eu descubro passando Henry & June, de Phillip Kaufman, no Telecine Cult. Me obriguei a rever porque esse filme foi um dos mais elucidativos pra minha formação.
Foi quando peguei o gosto pela leitura, pelo erotismo, talvez a primeira vez que me senti atraída por mulheres (e essa questão permanece com a mesma visão de Anaïs até hoje) e pela escrita enfim.
Dostoievski? Não. Eu li apenas um conto (Uma Criatura Dócil, gostei inclusive, é muito bom, com algumas ressalvas) sob alguma "pressão" (ganhei de presente) e ensaio a compra de Crime e Castigo há alguns séculos, mas sempre acho algo que me chama mais atenção na livraria. Talvez o Doppelganger também seja a inspiração pra outro dos meus filmes preferidos dos anos 90 (homônimo). Porém, foi no Henry & June que estabeleci irracionalmente que Dostoievski é leitura para mulheres afetadas e problemáticas (June, apesar de ser essencial pra real existência de Henry Miller e Anaïs Nin). Quando penso no escritor, visualizo nitidamente a Uma Thurman surtando e exercitando a bocarra (lindo) porque sua personagem não ganhou a intensidade de um Dost... (chega de repetir) no livro do marido.
Novamente o russo ficou pra trás nas minhas prioridades, e minha próxima aquisição será O Trópico de Câncer (aceito presentes).
Há um mês atrás eu presenteei uma amiga com o Delta de Vênus, tenho essa mania de dar presentes que gostaria de ganhar, é péssimo porque agora eu fico procurando uma maneira de perguntar se ela já leu pra me emprestar. Outro que só vi o filme, e pelo pouco que folheei do volume, o livro é bem melhor (pra variar).
Tenho esse péssimo hábito também, de saber mais sobre a vida dos artistas, do que sobre as obras em si...
Penso nesse filme/biografia no que diz respeito à natureza humana. Uma vez me disseram - eu, já mãe, tentando ser responsável e fingindo ser adulta - que por mais que a alegria invada nossa vida, as pessoas que têm uma queda pelo soturno sempre terão recaídas.
"O gosto pelo anormal aniquila o gosto pelas coisas normais." (Henry & June)
3 comentários:
http://en.wikipedia.org/wiki/Dostoevsky
e
1. White Nights (1848)
The title refers to the twilight summer nights in Petersberg. A tender and romantic story, this piece to a large extent is autobiographical of the days Dostoyevsky spent alone in Petersberg. The main character is a dreamer who cannot remember what he was dreaming and sometimes had no recollection of how everything had all happened. A sentimental theme develops against the background of Dostoyevsky's own personal impressions during his nocturnal wanderings, filled with gentle humor and delicate touches of genuine feelings. This piece affords vague hint of theme in Crime and Punishment. It is a story that odes to a moment of bliss that is sufficient for a whole of a man's life.
tenta esse.
tenho um crime e castigo sobrando (eu sempre ganho fiodors de presente), quer?
Bruno
se eu disser que zapeei por esse e mudei rapidinho ontem huehueueuheuheuhe
preferi o torneio de golfe na Espn
agora me diz... que mulher não é afetada e problemática?
e eu me mato sempre por não ter gosto pelas coisas normais.
e por não ler essas coisas profundas e cabeças. mas acho que se ler uma coisa dessas eu surto de vez e nunca volto da loucura. ou surto e me mato. porque a vida não anda fácil mesmo. prefiro as coisas que falem de mim. mesmo que falem mal como a clarah ou a f. young.
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