domingo, maio 23

dinâmica do trabalho


Minha gerente me mandou fazer isso e não quis aceitar porque eu não tinha passado pro computador ainda. Como eu prometi a ela, estou publicando no blog:


-Momentos Marcantes e o que eu mais gosto de fazer

Acredito que não dê pra enumerar todos os momentos marcantes da minha vida, portanto resolvi pincelar os acontecimentos que foram essenciais pra formação da minha maturidade.

TEATRO – Fiz 3 anos de teatro amador, o que me ajudou a entender um pouco mais as pessoas e respeitá-las na diversidade. Aprendi a ser um pouco menos comedida nas minhas reações e expressar meus pensamentos e idéias nas horas que achar necessário. Abandonei o teatro pouco antes de me mudar pra Porto alegre e pouco depois de ganhar um prêmio de melhor atriz, tinha um namorado ciumento, e gostava dele, às vezes a gente faz concessões das quais se arrepende, mas me ensinou a ser mais cuidadosa com concessões também.

MUDANÇA PRA PORTO ALEGRE - Tomei uma decisão muito importante nessa época, “sempre mudar”, inovar, variar e nunca deixar nada virar algo tedioso. A estagnação é o pior defeito do ser humano.

SEPARAÇÃO DOS MEUS PAIS – Surpresa, o único casal do mundo que funcionava de verdade na minha mente. Perdi um pouco o rumo e o interesse pelas coisas. Me formei com dificuldade no colégio. Não passei na UFRGS. Fui trabalhar.

PRIMEIRO TRABALHO – Flytech. A informática maldita que permeia minha vida. E eu queria distância dos postos que não fossem de usuário. Um pouco mais de um ano de “meu dinheiro” , se eu tivesse que passar pelo mesmo de novo, economizaria um pouco mais. Saí pra fazer o que eu gosto: estudar (com o “apoio” e o aval do meu pai).

FACULDADE – Talvez o mais importante, talvez o personagem principal da minha utopia: “passar o resto da vida estudando”. Eu escolhi a História com 13 anos e a Arqueologia com 11, e isso não mudou. Foi onde eu pude ser eu mesma, escrever tudo o que quero e falar de tudo que penso e fazer por merecer. É o lugar onde a gente descobre que não existe unidade, mas abusamos da mesma pra legitimar nossos atos.

GRAVIDEZ – Pausa no mundo. Pausa nos estudos, no trabalho (não muito agradável nesse momento), nas festas. “Eu vou ser mãe e tenho que aprender mais sobre isso antes que esse feijãozinho cresça e saia correndo daqui de dentro”. Bem, ele saiu, o Vincenzo, e não há nada igual, e é a única magia de verdade no mundo, e busque um dicionário de “Clichês que as mães insistem em eternizar”, porque procede completamente. Fiquei quase 2 anos com ele em casa, amamentei até 1 ano e 3 meses, porque ele quis tomar leite no copo. Mas eu precisava continuar minha jornada, porque ser mãe é tudo, mas não basta.

TRABALHO – Digi Brasil. Recomeço do meu pai depois de muitas dificuldades financeiras. Recomeço pra mim, coloquei a Terra pra girar novamente e saí correndo atrás do que se faz necessário.

MINHA SEPARAÇÃO – Dois super-amigos que viraram namorados, depois casal, depois pai e mãe, depois velhos rabugentos, sem estrutura nenhuma pra consolar. Resolvemos rejuvenescer enquanto é tempo e buscar a estabilidade que a maioria dos jovens de meio século não consegue alcançar nesse século.

VOLTA AO NÚCLEO FAMILIAR: Papai voltou com mamãe, e moramos todos juntos, com meu irmão e meu filho. Eu amo isso, não pela dependência nem pelo comodismo (apesar disso existir), mas o principal é que a minha família tem um convívio maravilhoso, uma harmonia que eu aprendi a reconhecer e respeito mútuo. E na minha opinião, tendo isso em casa, a vida fica mais fácil lá fora.

MUDANDO DE NOVO – Família é ótimo, trabalhar com ela é mais difícil. No meu caso, o problema foi me dar conta que precisava fazer algo sem a ajuda deles. Saí da empresa, fiquei 4 meses em casa, pensando em editar um livro, gravar um disco e montar um estúdio de gravação, sem dinheiro, óbvio. Acabou que eu só lavei, cozinhei, cuidei da cria e comecei a mandar currículos de novo. Infelizmente, vivo num mundo que consome e é consumido pelo dinheiro, resolvi mergulhar nele de cabeça, ou de barriga, ainda não sei.

O que eu quero hoje é dinheiro, pra cuidar do meu filho, terminar minha faculdade, ter a minha casa, essas coisas de pessoas normais, fiquei mais imediatista com o passar do tempo, “pero sin perder la ternura, jamás”.


O QUE EU MAIS GOSTO DE FAZER

Escrever, escrever, escrever, ser mãe todos os dias e regar tudo isso com muita música. Quase não falo dela porque ela está subliminar. É a música que me move, que me faz feliz e triste, que me diz o que eu preciso e não preciso ouvir, que me conforta e me agita. Enfim, posso estar sendo visionário, mas sem trilha sonora, nós não teríamos nem oxigênio. Os animais nascem fazendo barulho, e é assim que deve ser pelo resto de suas vidas. Muito barulho pra todos.

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