Basicamente, o Nada é sujeito, e o Ser, verbo. Logo, a questão já perde o sentido. Mas se nos conduzíssemos ao que o autor dela tinha em mente (ou não tinha, e simplesmente quis preencher algum Nada em sua vida carente de qualquer Ser), e considerarmos dois sujeitos antagônicos, surgem algumas hipóteses.
A palavra hipótese já é cretina em si, mas prosseguindo...
Parte-se do pressuposto que o Nada “não é”, “não há”, e como entidade, elimina o Ser. Como entidade, ele pode “Estar”, algo que em outra língua não poderia ser discutido, o que o torna mais complexo, mas ainda assim funciona. Como entidade, ele existe aparte do Ser, e rivaliza com este, se apropria do que é esquecido, e é aí que está a chave da resposta.
É necessário, primeiramente, precisar se a questão fala do homem, e é analisada a partir de. Nesse caso, tratamos de uma criatura incapaz de inibir 100% dos pensamentos, da imaginação e das sensações.
Antes de se levantar a busca monástica oriental pela ausência de pensamentos, é preciso pensar que essa busca é pelo pleno, ou seja, nesse caso o Nada é Tudo e vai abrir a possibilidade para o indíviduo vivenciar o Ser na sua essência mais pura e original.
Retornando, uma vez que a inibição de qualquer reflexo não acontece completamente (voluntariamente), o Nada só vai possuir, conter, ou estar contido naquilo que é deixado de lado (voluntariamente ou não), e em momento algum, é possível que se abandone o Ser. Quando pensamos por que o ser e não o nada, já estamos sendo.
4 comentários:
na real a última frase resume tudo. nem precisava de toda essa viagem anterior. ou precisava, sei lá.
precisava. empiricismo.
a última frase sozinha vira poesia.
chamamos "nada" à ausência de forma,o teu eu anônimo, o irmão que tu não conheçe e que repousa no centro vazio da consciência.
e é aquilo que ele toca.
a substância do nada é feita de camadas após camadas de ilusões queridas.
mas verbo é vontade. Ser é querer.
o sendo no seio da busca.
(*tri compensador teu blog)
:)
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