terça-feira, janeiro 16

Assisti Charlotte´s Web com o Vince e chorei bonito.

Tinha um pai com um filho no Playland comendo repolho. Repolho. Assim, de dentro do saquinho do Zaffari. Cada um com uma folha, como se fossem vacas.

Nojento, odeio vegans.

*

To regravando uns cds que não funcionam mais aqui ( e me deixam puta quando vou tocar e não funcionam) e daí paro pra ouvir algumas pérolas da minha vida.

Late in the day, do Supergrass, me deixa completamente desarmada. É linda demais, e me lembra minha fase “grass extreme”, quando me aproximei mais dos meninos, paguei 100 reais num DVD e não me arrependi, essas coisas. E o solo, deus! É praticamente uma facada no coração. A primeira vez que ouvi, foi, pasme, assistindo MTV de madrugada. O Gas olhando pra mim e falando “Its late in the day / Im thinking of you / Things that you say…..”.

Ah, o amor à primeira vista.

Por que isso só acontece com música agora? Por que a gente tem que se esforçar e ficar arrancando mil máscaras dos outros até achar alguém decente? Isso cansa demais. E cada vez mais, ficamos mais duros, mais exigentes, mais seletivos, mais inflexíveis. O tempo vai passando e ficamos cada vez mais ignorantes no amor.

Eu me assusto com meninas de 16 anos que me dizem que nunca se apaixonaram e nunca querem se apaixonar. Como assim? Oh deus! Eu me apaixonei tantas vezes e me apaixono todo dia por alguma coisa porque é isso que nos dá vida e algumas pessoas simplesmente optam por excluir isso da vida. É certo que é tão mais difícil e raro agora. Mas com algum esforço é possível.

E veja, não sou passadista nesse sentido, isso ainda existe. O Gas é da minha geração e já falou “If you want to go out / Read it in the papers and tell me / What´s all about? / If you want to stay home / Freedom from the papers / All you ever need to know! All you´ve got to do / Oh no!”

“Oh no. Not me.”

Mas ah! Sim. Existe o hino.

God save the unstable
They stand alone

Só Supergrass salva.


*

Finalmente assisti o tão falado “O Albergue”, do Eli Roth. Parece que agora o cinema de horror está mais preocupado com a maquiagem do que com a cena em si. Uma certa competição de quem faz a vítima mais repugnante ou algo do tipo. Tenho que dizer que não achei tanta graça, a não ser pelas locações maravilhosas, terra do meu velho e bom Vlad. Um vampiro ali roubaria o filme sem muito esforço. O melhor do DVD são os extras com cenas do backstage. É ali que a gente vê quem realmente se diverte fazendo esse tipo de filme. O diretor, claro. Por isso que eu resolvi largar a linha de frente. Quem manda sempre se diverte muito mais, participa de tudo e ainda leva créditos. Aparece o Roth até tomando banho no melhor estilo Big Brother. E eu até podia fazer um trocadilho com esse sobrenome, mas ok, nem é tudo isso. O olho da Japa está tão bonito quanto o meu pulso.

Aliás, hoje eu descobri porque um chef de cozinha usa um avental de mangas compridas. O que eu não sabia até experimentar alguns ml de óleo escaldante ao fritar um bife à milanesa semana passada, que resultou em lindas bolhas de segundo grau. A experiência hoje foi um peixe flambado em azeite de oliva, e logo que percebi o instinto assassino do animal, corri botar uma camisa.


*

Sabe quando você se arrepende de ter conhecido uma pessoa? Se arrepende no sentido de lástima mesmo? Havia a alternativa pra que vocês nunca fizessem contato ocular, e você foi lá e achou que ela podia ser útil de alguma maneira. Me arrependo amargamente, e sei que nunca mais vou me livrar dela. Esse é um dos problemas em acreditar na humanidade. Acreditar que psiquiatras são dispensáveis e que todo mundo tem plena capacidade de se resolver sozinho. Pois é, não tem. 1x0 pra você, Glauco.

Não, o Glauco não é a pessoa. Ele sabe quem ele é.

Um comentário:

Comentarista Abalizado disse...

Paixões têm 10% de possibilidades e um amor tem 1% de possibilidades de vir a ser real... Quanto mais o tempo passa, mais pessimista eu sou... E o tempo segue passando! Mas a culpa não é do tempo, é das pessoas que ratificam todo o pessimismo....