quinta-feira, abril 7


Daisy Jane estava tendo crises existenciais, mas daquelas que enlouquecem o ser humano, perguntando "quem sou eu"; "que diabos eu faço aqui" e assim por diante.

Já que o amor não salva o mundo mesmo, os problemas aproveitam os hiatos pra tomar a primeira posição, e daí vem um atrás do outro. Daisy cansa cada vez mais da vida sistemática, fazendo com que as pessoas percebam isso e fiquem, de certo modo, magoadas.

Dona Conchita, a matriarca da família, perguntou de novo à pequena "margarita" se ela não gostava do seu trabalho. Ela entregava quitutes todos os dias nas mesmas confeitarias da cidade. Quando na verdade queria ser uma dançarina de tango. A demanda de D. Conchita ficou tão grande, que Daisy não tinha mais tempo pra ensaiar, pra estudar, e o dinheiro do seu salário que antes servia pras aulas extras, agora se desfaziam em contas de gente grande.

Não, ela não gostava, todo mundo sabia, mas faziam questão de perguntar sempre, outra e outra vez, só pra deixar ela com vergonha de não querer levar o negócio da família adiante.

Daisy Jane deve ser a garota que mais sente vergonha no planeta, porque o sonho dela é ficar gigante como Alice, e brincar com o planeta nos pés. E, rapaz, isso vira piada.

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